Após subir o tom contra Jair Bolsonaro (PSL), o candidato do PT à Presidência nas eleições 2018, Fernando Haddad, acusou a campanha do adversário de incentivar uma onda de “milhões de mensagens” com imagens de mulheres nuas e crianças visando a prejudicar o petista na disputa.

“Acusações muito vulgares, com imagens muito vulgares. Isso está crescendo muito nos últimos dias, sobretudo direcionado ao público evangélico, que nós sabemos que cultiva valores que nós também cultivamos”, disse Haddad.

Nas imagens apontadas pela campanha, há, por exemplo, fotos de crianças com roupas vulgares e mensagens como “Esse é o Brasil que eu não quero” espalhadas por aplicativos de celular.

Perguntado se tomaria alguma medida judicial, Haddad afirmou que o objetivo é identificar os autores das publicações. “Nós desconfiamos do Bolsonaro, pelo conteúdo (…) É muito compatível com o discurso dele”, declarou. O candidato divulgou um número de celular para que os eleitores encaminhem denúncias com as mensagens que receberem.

Haddad apontou o crescimento de Bolsonaro nas últimas pesquisas de intenção de voto a uma onda de notícias falsas, as chamadas “fake news”, que favorecem o presidenciável do PSL. Ele afastou, no entanto, a possibilidade de o adversário vencer a disputa já no primeiro turno, possibilidade citada por analistas e integrantes do mercado financeiro.

Nesta quarta-feira, 3, a Bolsa abriu o pregão em forte alta e o dólar começou o dia em queda devido ao desempenho de Bolsonaro nas sondagens de intenção de voto.

O petista disse que o resultado das pesquisas veio “dentro do esperado”. Ao ser perguntado sobre o tom de ataque ao candidato, Haddad disse que começou a “se defender” na reta final.

Nesta quarta, a assessoria de Bolsonaro informou que ele não estará no debate entre presidenciáveis nesta quinta-feira, 4, na TV Globo.

Estadão