Após a decisão de não pautar o projeto de empréstimo de 35 milhões de interesse da prefeitura, o presidente da Câmara de Alagoinhas, Roberto Torres, fez um verdadeiro tour nas emissoras de rádio da cidade para explicar se a sua atitude, que provocou um revés enorme ao prefeito Joaquim Neto, significava a sua saída da base, ou um rompimento politico, ou mesmo o prenuncio do lançamento de sua candidatura à prefeitura de Alagoinhas. O que se viu foram posicionamentos dúbios e confusos.

Sobre o pedido de empréstimo, disse Roberto Torres que ouviu as pessoas nas ruas, as emissoras de rádio e os pareceres juridicos da comissão de orçamento da Cãmara, cuja a presidência é de um opositor do prefeito, do relator da CCJ, vereador Anderson Baqueiro, um outro opositor, parecer esse que foi rejeitado pelo restante dos membros da comissão, e um parecer da própria Câmara. Notem que dois pareceres de opositores foram utilizados pelo presidente, porém as justificativas do corpo técnico da prefeitura e os argumentos dos vereadores governistas foram rejeitados. Nas entrevistas Roberto declarou que não agiu como oposição e sim com independência.

Nas entrevistas ele também negou ter levado em consideração a pressão de opositores e afirmou que sua decisão partiu de sua consciência. Porém o futuro partido do presidente da Câmara, o PRB, há muito tempo vem solicitando de Roberto o seu afastamento do governo, inclusive com a entrega dos cargos que possui indicação. Além disso, a oposição em todas as sessões, cito isso porque é público, fez menções a Roberto Torres pedindo a devolução do projeto. Por outro lado, parte da imprensa questionou bastante o texto do projeto. Se isso não foi pressão, o que seria?

Outro ponto relevante foi o anúncio de seu novo posicionamento com relação ao executivo municipal. Nas entrevistas disse Roberto que sempre manteve a independencia na condução da Casa, ao mesmo tempo que afirmou que a partir de agora seria um vereador independente. Ora, se já era independente na condução dos trabalhos da Casa Legislativa, por consequência já era um vereador independente e não precisaria assim se tornar agora independente, porque já o era.

Amigo leitor do site News Infoco, sobre essa questão do mandato independente, é algo que para mim é inaceitável o fato de se pregar independência ao mesmo tempo que se mantém indicados no governo. Isso é a incoerência das incoerências, se tem indicações no governo, é governo e ponto e tem que se assumir os bônus e os ônus disso. Porém, ao dizer que agora iria para um mandato independente, entregou a secretaria de serviços públicos, cujo o secretário era indicação sua. Mas o restante das indicações que possui na prefeitura continuarão.

Com tantas incoerências e posturas dúbias é dificil imaginar o que Roberto Torres pensa de seu futuro politico. Será que realmente ele quer ser prefeito de Alagoinhas? Posturas incoerentes não ajudam.

*Caio Pimenta é produtor do Programa Primeira Mão, da rádio 95,7 FM de Alagoinhas, além de ser editor-chefe do site News Infoco.