A matéria da Rede Globo vinculando a figura do presidente Bolsonaro ao suposto assassino de Marielle Franco, vereadora do Psol, provocou forte discussão da bancada do programa Primeira Mão, nesta quinta-feira, 31. Haroldo Azi defendeu a emissora por avaliar a divulgação do conteúdo como um fato jornalístico relevante, importante para manter a audiência, acrescentando que este lhe chegou de fonte a princípio confiável, “a Globo não mentiu”. Uma avaliação técnica que mostra uma verdade que poucos querem reconhecer e o âncora teve a coragem de colocá-la: o meio de comunicação vive de audiência, de visualizações e de vendas em banca.

Analisando Juridicamente, Paulo Ott entendeu que o jornalismo, no caso, errou, pois a investigação corre em segredo de justiça. Considerando o contexto, avaliou que o noticiário foi negligente, no mínimo, porque conta com um setor jurídico, que deve ser composto pelos melhores profissionais. Caio Pimenta apontou como equívoco da abordagem do fato a ausência de qualquer consulta ao presidente para preservar seu direito de defesa, ouvindo os dois lados do fato, como recomenda-se nos manuais de ética. Nesse ponto, a Globo quebra as regras mais básicas do jornalismo. Caio questionou, por isso, se a intenção foi desgastar a imagem de Bolsonaro, algo que a emissora faz sistematicamente.

Ott e Pimenta não disseram que houve falha na divulgação em si, mas na forma como foi produzida. Isso se confirma pelo fato de que tudo foi desmentido, depois, pela própria equipe de jornalismo. Poderia ao menos ter dado o tempo para apurar a veracidade da informação. Conclusão, Bolsonaro não recebeu a visita do suposto assassino da vereadora, pois estava em Brasília. Soube-se depois que o porteiro mentiu, que o miliciano esteve no condomínio, mas visitou uma outra pessoa. Segundo Haroldo, Bolsonaro parece ser inocente, não havendo indícios de ligação dele com o suposto criminoso, mas também achou errado o presidente mencionar a renovação da concessão do canal de TV, em um momento como esse, pois soa como censura. Algo que lembra o que Hugo Chaves fez na Venezuela.

Veja o momento da discussão ssobre o caso no programa Primeira Mão:

Por Paulo Dias para o News Infoco