O grande número de pré-candidatos começa a dar indícios de que pode vir a ser um fenômeno geral, pelo menos no interior da Bahia. Em Muritiba, um ouvinte deu conta de existirem 11 pré-candidatos, em Alagoinhas são 10, em Catu, cinco. Em Alagoinhas, ao mesmo tempo, pesquisa recente, divulgada pelo Bahia Notícias, revelou que 60% dos consultados dizem não ter nenhum candidato ainda, mesmo com a grande oferta. Em debate, a bancada do programa Primeira Mão, desta terça feira,05,  constatou que existe um desgaste muito grande da classe política.

Haroldo Azi, âncora do programa, considera que isso não deve ser motivo para se estimular o voto nulo. Para ele, este tipo de protesto não produz mudanças efetivas, como também diminui moralmente a autoridade plena do eleitor de fazer qualquer cobrança ao candidato eleito, principalmente, se, em virtude de seu ato, for escolhido o menos preparado entre as opções postas. Claro que este ainda continua com suas prerrogativas de cidadão, porque mantém sua condição de contribuinte. Esse percentual acentuado lança no ar questionamentos sobre os últimos gestores do município, todos potenciais candidatos no imaginário popular, alguns já em condição de pré-candidato.

Mesmo assim, o comentarista Caio Pimenta acha importante destacar o assunto para saber os motivos dessa rejeição ao político de modo geral, mas também às lideranças políticas locais, tanto de direita quanto de esquerda. Cabe, então, uma pergunta, por que a esquerda e a direita desagradam igualmente em nível municipal? Poderia se dizer que todos eles, no tocante ao gestor atual e a ex-gestores, apresentaram os mesmos erros e decepcionaram o eleitor igualmente. Desde que se deu início a essa polarização entre direita e esquerda na cidade, já se vão 20 anos, a percepção é de que setores como saúde, educação e segurança não evoluem. Outro fator que leva a esse desânimo, talvez se relacione aos efeitos da crise econômica. Seria bom se as pesquisas medissem o nível de desemprego por município, para se fazer políticas específicas de empregabilidade.

Acompanhe o debate da bancada no programa Primeira Mão: