O PC do B pode ter candidato próprio a prefeitura de Alagoinhas para as eleições de 2020, informou o repórter Luciano Reis, no programa Primeira Mão, na última segunda-feira(11). Os nomes mais cotados são os de Ivan Flores, Genivaldo Cardoso e de Pedro Marcelino. Haroldo Azi, âncora do programa, considera difícil o PT abrir mão de escolher um nome seu para representar(“aglutinar”) a esquerda no pleito, por ter fidelizado 20% do eleitorado. O comentarista Caio Pimenta considera esta uma postura autoritária da legenda, que sempre impôs o candidato do campo socialista, mesmo perdendo três eleições seguidas no município. Apesar do PT ter o seu eleitorado “cativo”, como diz Haroldo Azi, esse percentual não tem sido suficiente para livrar o partido de derrotas eleitorais na cidade. Por outro lado, tem que se notar que a fidelidade à direita também está em alta.
Mesmo quando os 80% dos eleitores restantes, levando em consideração a opinião de Haroldo, se dividem, como na última eleição, que teve dois candidatos de direita, Sônia Fontes e Joaquim Neto, os 20% famosos(míticos) não foram suficientes para garantir a vitória. Até em nível nacional, esta alta fidelidade não adiantaria de nada sem o apoio do PMDB e dos demais partidos de centro, conquistados muitas vezes à custa de muito dinheiro, como se viu. O PT tem eleitores cativos, mas cada vez mais conta com uma rejeição crescente e aguerrida, a ponto de ter perdido o protagonismo das ruas e a corrida nas redes sociais.
Na eleição para presidente, os que não voltariam de jeito nenhum no PT chegaram a 40%. No nordeste, esse número tende a ser menor, mas em Alagoinhas, por exemplo, deveria ser medida a rejeição de lideres do petismo municipal como Joseildo Ramos e Radiovaldo Costa, onde estão depositadas todas as fichas para transferência de votos para o pré-candidato do partido, Luciano Sérgio. Em 2016, Joseildo foi o terceiro colocado da disputa e Radiovaldo Costa o quarto, além de haver uma rivalidade conhecida entre o grupo de ambos dentro do PT.
Um outro fenômeno a se considerar é que nomes de peso da política local, antes aliados, não sobem de jeito nenhum no palanque petista. O PT também vem para essa campanha com muito menos dinheiro para gastar, percebam. Hoje Joseíldo reforça a rejeição ao PT, mantê-lo no protagonismo, isto, não dá para contestar, é autoritarismo. Por outro lado é bom destacar que um prefeito de esquerda hoje amargará, no mínimo, mais dois anos de governo Bolsonaro e pode ser até mais dois anos de um provável governo de ACM Neto. É uma aposta ariscada para uma cidade que, há 20 anos, vive muito de obras estaduais e federais. A esquerda tem um reduto sólido, mas os decepcionados com o partido são em número bem maior.
Por Paulo Dias com a colaboração de Caio Pimenta para o News Infoco