O pré-candidato a prefeito de Alagoinhas pelo Avante, o vereador Ozeas Menezes, está entregando os cargos na Prefeitura de sua cota, em um gesto de desvinculação total do grupo do prefeito Joaquim Neto, coerente com sua pretensão de disputar o cargo máximo da cidade e que dá mais credibilidade a seu projeto político, como informou em entrevista ao programa Primeira Mão desta quarta-feira, 04. Ele afirmou que seus cargos estão a disposição do prefeito para exonera-los, caso queira. Ozeas também lança na política sua filha Luma Menezes, com uma sólida formação e disposição para uma jovem de apenas 24 anos. Ela é formada em Administração pela Universidade Federal da Bahia(Ufba), fez intercâmbio nos Estados Unidos na área contábil, está se diplomando em Política pelo Instituto Renova Brasil e é embaixadora da ONG Politize, destinada a fomentar a consciência política na população, em especial focada no público jovem. Ela é uma das indicações de seu pai na prefeitura de Alagoinhas, atualmente ela é servidora municipal lotada na secretaria municipal de educação(SEDUC) no cargo de coordenadora. Ozeas se lança nessa nova etapa de sua trajetória política depois de ajudar ao pastor Isidório a conquistar 7 mil votos em Alagoinhas, votação maior que o deputado Paulo Azi(DEM), e a Joaquim Neto a se eleger prefeito.

Nos últimos tempos, Ozeas esteve envolvido em um dos episódios mais polêmicos da Câmara de Vereadores, quando ao discursar contra o descumprimento de compromisso do atual prefeito com as emendas e recursos conseguidas por ele através de deputados e do governo federal, jogou a pasta de projetos no chão com muita indignação. Ele explicou que seu ato foi um protesto, considerando todas as demandas importantes negligenciadas pelo executivo, como a de sua autoria em benefício da população do Cruzeiro dos Montes. Para esse fim ele executou estudos técnicos e projeto urbanístico bem como o orçamento da benfeitoria, no valor de R$ 957 mil. Parte deste valor, R$ 300 mil, já foi conseguido por emenda parlamentar do deputado Luciano Braga e está destinado à construção da quadra poliesportiva. Duas ruas se encontram no projeto do empréstimo da CAF, no entanto, nada foi realizado até o momento. Um trabalho de três anos engavetado praticamente. As melhorias propostas envolvem a praça, com parque infantil, academia popular e reforma da sede da associação de moradores, com a perspectiva de beneficiar 5 mil pessoas.

Sobre a reunião em que seria votado mais um empréstimo a ser contraído pela Prefeitura, Ozeas explicou que não estava presente devido a um acidente que paralisou o tráfego na rodovia quando estava retornando do pólo petroquímico, onde trabalha. Mas revelou que informou em reunião, naquele mesmo dia, com a bancada do governo, onde também estava presente o secretário municipal de governo, Gustavo Carmo, que não votaria a favor devido às inconsistências do projeto.

Ozeas sente necessidade de retorno do Orçamento Participativo, disse que é uma forma de garantir que o que foi combinado seja de fato cumprido. Porém, o vereador esqueceu de mencionar as suspeitas que rondavam o orçamento participativo instaurado pelo governo do então prefeito Joseildo Ramos(PT) de que a ação era direcionada de maneira que a vontade popular convergisse com a capacidade de investimento da Prefeitura. Nos bastidores circulavam informações de que lideranças petistas no bairro levavam militantes do partido para votar em algo que fosse compatível com a determinação do governo. As suspeitas da época davam conta de que a medida era algo extremamente dirigido, feito de cima pra baixo praticamente. Essas acusações nunca foram efetivamente comprovadas, mas, posteriormente, no governo de seu sucessor, Paulo Cezar, o modelo de Orçamento Participativo foi praticamente abandonado.

Por Paulo Dias com a colaboração de Caio Pimenta para o News Infoco