O Ministério da Educação vai formalizar uma parceria para que o programa de residência médica do Instituto Benjamin Constant (IBC), órgão vinculado à pasta, centro de referência nacional na área da deficiência visual, alcance resultados mais amplos. O objetivo é buscar avanços nos mutirões de cirurgias de catarata necessários para atender a demanda no Rio de Janeiro. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação, Rossieli Soares, durante visita às instalações do instituto, na manhã desta segunda-feira, 16.
“Fizemos um grande mutirão com mais de 200 cirurgias, realizado em parceria entre o instituto e instituições que apoiaram”, reforçou Rossieli Soares. “Agora teremos, nos próximos dias, reuniões com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), uma autarquia vinculada ao MEC, para auxiliar o IBC a se estruturar, especialmente no atendimento a essas cirurgias”, completou o ministro.
De acordo com o diretor-geral do IBC, João Ricardo Melo Figueiredo, é preciso a contratação de cerca de 30 novos profissionais, pois existe uma demanda grande no município do Rio para atendimentos específicos, que ainda enfrentam demora na rede pública, e que poderão ser beneficiados. “Hoje estamos atendendo em média 20 cirurgias de catarata por semana. Temos um potencial grande a ser explorado pelo maquinário e por possíveis recursos humanos que possam chegar ao IBC. Hoje, só de catarata, temos uma fila de aproximadamente 15 mil pessoas”, lembrou João Ricardo.
Durante a visita ao IBC, Rossieli Soares elogiou o trabalho de inclusão desenvolvido pelo instituto com pessoas portadoras de deficiência visual. “Eu saio daqui ainda mais apaixonado pelo IBC e quero reafirmar que nossos compromissos permanecem”, disse o ministro. “Vamos avançar na agenda da residência médica. O IBC pode ir mais longe. Podemos extrapolar outras fronteiras, outros projetos e a nossa missão vai ser apoiar o instituto nesse período para garantir isso”, garantiu o ministro.
Regimento – Na ocasião, Rossieli Soares destacou o novo regimento interno do IBC, assinado pelo MEC em 3 de abril, e que amplia as competências do instituto, que passa a ter condições de ofertar ensino médio profissionalizante para alunos com deficiência na visão e a atuar na formação continuada em nível de pós-graduação, mestrado e doutorado. “Um passo importante foi dado agora, que foi o regimento interno, a revisão das competências fundamentais e isso vai permitir que resolvamos outros problemas, outras ações que estão pendentes, como essa própria questão da residência médica”, afirmou o ministro.
O diretor-geral do IBC lembrou que o instituto subsidiou a política de educação especial, apoiou as ações do MEC e formou professores e profissionais da educação. “Ampliando as nossas competências, atuando na formação em nível de pós-graduação, de mestrado e de doutorado, reafirmamos nosso compromisso com essa formação, com o campo da pesquisa, com o fomento à pesquisa e com o fomento de discussão de políticas que possam incluir e não só matricular o aluno com deficiência”, garantiu o diretor.
IBC – Atualmente, o IBC é mais do que uma escola que atende crianças e adolescentes cegos, surdocegos, com baixa visão e deficiência múltipla. É também um centro de referência, em nível nacional, para questões da deficiência visual, capacitando profissionais e assessorando instituições públicas e privadas nessa área, além de reabilitar pessoas que perderam ou estão em processo de perda da visão.