A bancada de oposição na Câmara Municipal utilizou a sessão desta terça-feira (7) para apresentar um panorama de crises nas áreas da saúde municipal e da segurança pública estadual.
Os vereadores Luciano Almeida, Jaldice Nunes e Luma Menezes detalharam uma série de graves irregularidades na Maternidade Municipal, que foram formalizadas em uma audiência no Ministério Público. A vereadora Luma Menezes também criticou o que chamou de “sucateamento” da Polícia Civil na Bahia, com base em dados alarmantes.
Maternidade: Da propaganda à “vida real”
O vereador Luciano Almeida iniciou o pronunciamento relatando a audiência realizada na véspera com a promotora de Justiça, Dra. Patrícia Martins, na qual ele, juntamente com as vereadoras Jaldice Nunes e Luma Menezes, apresentou um dossiê sobre os problemas da unidade. A lista de denúncias inclui a falta crônica de médicos obstetras, a ausência de exames essenciais como ultrassom fora do horário comercial e a precariedade dos equipamentos.
O caso do bebê Théo, que veio a óbito após o respirador em que estava pegar fogo, foi o estopim das denúncias. Almeida descreveu uma suposta sucessão de falhas: “A mãe deu entrada na Maternidade e ficou por 5 horas para induzir o parto normal, e essa criança nasceu já com problemas. No dia 9, o ventilador mecânico pegou fogo e no dia 13 a criança veio a óbito. Há uma série de sucessões aí que precisa ser investigada”, afirmou.
O parlamentar citou ainda uma denúncia interna sobre a falta de manutenção preventiva e corretiva nos aparelhos há três meses e criticou a gestão municipal. “A Maternidade está um caos e esse governo fecha os olhos. Vemos a ‘maternidade da propaganda’ e a ‘maternidade da vida real’, daquelas mulheres que precisam do serviço e não sabem se sairão com seus filhos vivos”, destacou.
Complementando a denúncia, a vereadora Jaldice Nunes contextualizou a situação, lembrando que a unidade foi alvo de uma “inauguração eleitoreira às pressas” e que os problemas contratuais persistem. “Estivemos no Ministério Público fazendo o que tem que ser feito: acionando os órgãos fiscalizadores diante da morte do pequeno Théo, que com certeza deve gerar mudança”, declarou.
Os vereadores também apontaram violações trabalhistas, como o não pagamento do piso da enfermagem e o atraso no repasse do FGTS dos funcionários.
Segurança Pública
Em sua fala, a vereadora Luma Menezes discorreu sobre a crise na segurança pública estadual, apresentando um dado alarmante. “Saiu um dado que revela a fragilidade da nossa segurança pública na Bahia. Apenas 13% dos casos de homicídios no estado conseguem ser, de fato, identificados, investigados e concluídos. É o último lugar no ranking nacional”, apontou.
Para a vereadora, o número é um reflexo direto do “sucateamento que as polícias civis têm enfrentado no nosso estado”. Ela criticou a prioridade do governo estadual em obras de grande visibilidade em detrimento de investimentos essenciais, mas menos aparentes. “Investir em insumos, investir em profissionais, não dá visibilidade e é por isso que não tem sido investido. No fim das contas, quem paga é a população, que tem vivido uma sensação de insegurança, porque a mensagem que se passa é a da impunidade”, concluiu.
Para assistir a sessão na íntegra, clique no link: TV Câmara Alagoinhas
Ascom – Câmara Municipal de Alagoinhas
Fotos – Jhô Paz




































