O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), protocolou nesta segunda-feira, 13, um projeto para derrubar o decreto assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no final de agosto.

A medida executiva, assinada em 28 de agosto, autoriza o gabinete pessoal da Presidência da República a “apoiar” o cônjuge de Presidente da República “no exercício das atividades de interesse público”. No caso, trata-se da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja.

O governo diz que a atuação de Janja é voluntária e não remunerada e “pode receber apoio estatal no exercício de suas atividades de interesse público”.

Sóstenes argumenta que o decreto “cria uma estrutura financiada com dinheiro público para ‘atender’ a primeira-dama que não tem cargo público, não foi eleita e só sabe gastar o dinheiro dos brasileiros”.

“O decreto é imoral e irregular, feito apenas para promover a imagem de Janja e fortalecer o marketing do governo, e não para servir ao povo. É pra isso que o governo tenta criar um imposto novo a cada dia?”, questionou o deputado na rede social X.

O gabinete presidencial é chefiado por Marco Aurélio Ribeiro, conhecido como Marcola. O Planalto diz que o decreto de Lula assegurou transparência aos atos do governo e apenas consolida as normas relativas à atuação da primeira-dama.

Procurada, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo diz que “o cônjuge exerce um papel representativo simbólico de caráter social, cultural, cerimonial, político e/ou diplomático em nome do presidente”.

Também afirma que essa atuação, “de natureza voluntária e não remunerada”, deve se pautar pelos princípios da administração pública, de acordo com a Constituição Federal.

“Importante lembrar que ao longo da história, o cônjuge do chefe do Executivo sempre assumiu um papel representativo simbólico, baseado nos costumes, e na reprodução de tradições não codificadas.

“Nesse cenário, os cônjuges dos presidentes da República podem receber apoio estatal no exercício de suas atividades de interesse público, tendo sido definido que será atribuição do Gabinete Pessoal do Presidente da República prestá-lo.

“Tal apoio estatal segue as determinações da legislação vigente, incluindo-se o princípio da transparência, já que todos os gastos efetivados pela Administração Pública, relacionados a essa atuação, são públicos e podem ser consultados no Portal da Transparência. Registre-se, por fim, que não houve aumento de despesas”, diz a Secom.