O combate ao crime organizado voltou ao centro da política baiana nesta semana após a megaoperação realizada no Rio de Janeiro, que terminou com mais de 120 mortos, entre eles integrantes de facções com atuação na Bahia.

O tema envolve diretamente o governador Jerônimo Rodrigues (PT), que vem sendo cobrado pela oposição a reforçar a segurança pública no estado diante do avanço de grupos criminosos na capital e no interior.

Em conversa com o bahia.ba, o deputado federal Capitão Alden (PL), líder da oposição na Câmara e integrante da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, comentou a convocação do governador para depor na CPI do Crime Organizado no Senado.

Para ele, a presença do petista será uma oportunidade para explicar “por que a Bahia se tornou o epicentro da violência no país”.

“Nos últimos anos, o estado lidera o ranking nacional de homicídios, com recordes sucessivos de mortes violentas e domínio crescente de facções – um retrato do fracasso das políticas de segurança do governo estadual”, afirmou Alden em entrevista nesta quarta-feira (5).

Alden defendeu que a CPI aprofunde a investigação. “É hora de entender como o crime se estruturou na Bahia, quais foram os erros estratégicos e se houve omissão, leniência ou conivência política”, disse o deputado.

Operação Freedom

Na terça-feira (4), a Polícia Civil cumpriu mandados contra uma organização criminosa ligada ao Comando Vermelho. A ação resultou em 38 prisões e uma morte. O presidente Lula e o governador Jerônimo celebraram o resultado.

Alden, no entanto, afirmou que o mérito é exclusivo das forças policiais. “É curioso ver Lula e Jerônimo comemorando, como se de repente tivessem descoberto que o crime organizado existe. Onde estavam quando as facções avançaram sobre comunidades, estradas e presídios?”, questionou o líder da oposição.

Ele também comparou a operação baiana com a realizada no Rio. “No Rio, a PM enfrentou um cenário de guerra urbana, com criminosos armados com fuzis, metralhadoras e drones com granadas. Em uma única ação, foram apreendidos 91 fuzis. Na Bahia, esse número só foi alcançado após um ano inteiro de operações.”

Alden ainda destacou o uso de inteligência no Rio e o planejamento para evitar vítimas civis. Sobre a Freedom, disse que se tratou de “uma ação pontual, de inteligência e cumprimento de mandados, com resistência menor”.

“O que não dá é para o governo tentar capitalizar politicamente em cima do trabalho de policiais que arriscam a vida enquanto corta investimentos e protege criminosos com discursos ideológicos”, finalizou.

Bahia.Ba