O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, não descarta a possibilidade de prorrogação do prazo de investigação sobre o atentado sofrido pelo candidato do PSL ao Planalto, deputado Jair Bolsonaro, no dia 6 de setembro, durante ato de campanha, em Juiz de Fora (MG). Jungmann deixou aberta também a possibilidade de abertura de um segundo inquérito para apurar o ataque.
“Nossa posição é de esclarecer tudo. É algo que suscita muitas dúvidas e queremos esclarecer tudo. Se necessário, abriremos uma segunda investigação para apurar todo e qualquer indício. Se existir qualquer possibilidade de coautoria, evidentemente vamos trazer à conhecimento da imprensa e da sociedade”, disse o ministro, que se reuniu no fim da manhã com a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Rosa Weber, para falar da segurança nas eleições e também tratou do caso de Bolsonaro.
“O primeiro inquérito, que visa definir autoria, materialidade e etc., está sendo cumprido no prazo. Se necessária a prorrogação, será muito pequena, e a coautoria seria investigada em outro inquérito”, afirmou. Jungmann disse ainda que a Polícia Federal, que é subordinada a ele, não tem ainda “nenhuma indicação de que foi uma organização por trás que produziu aquele atentado”. No entanto, ressalvou que nenhuma hipótese será descartada, “inclusive a da coautoria e se existe qualquer outro coautor ou organização por trás deste atentado, nós vamos achar, nós vamos chegar até eles e vamos apresentar a toda a sociedade e à opinião pública, sem nenhuma restrição”.
Bolsonaro foi esfaqueado no abdome no dia 6 de setembro, quando fazia uma caminhada pelas ruas de Juiz de Fora. O servente de pedreiro Adelio Bispo de Oliveira foi preso em flagrante e confessou o crime. O presidenciável já passou por duas cirurgias e permanece internado no hospital Albert Einstein, em São Paulo.
No dia seguinte ao ataque a Bolsonaro, Jungmann declarou que a PF trabalhava com a hipótese de que o agressor agiu sozinho, como “lobo solitário”, embora ressalvasse não descartar outras possibilidades.
Anteontem, após cerimônia de instalação do Conselho Nacional de Segurança Pública, o ministro justificou que aquela “era a informação que tinha, naquele momento” e voltou a dizer que não há indicação de que exista uma organização por trás de Adelio, que está detido em um presídio federal de segurança máxima, em Campo Grande (MS).