A campanha de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência nas eleições 2018 vai engrossar o tom contra Fernando Haddad (PT), que está em segundo lugar nas pesquisas, reforçando a pregação pelo voto útil para derrotar o petismo.
A estratégia esboçada para a última semana de campanha, porém, provoca divergências na coligação de apoio ao tucano. Aliados de Alckmin que flertam com Jair Bolsonaro (PSL) — líder em todos os levantamentos — cobram a redução dos ataques ao capitão reformado na propaganda de TV.
A pesquisa Datafolha divulgada nesta sexta-feira, mostrando que o candidato do PSDB cresceu apenas um ponto porcentual — passando de 9% para 10% — esfriou ainda mais os ânimos na campanha. A portas fechadas, políticos do Centrão — bloco formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade — dizem que, como Alckmin praticamente não conseguiu crescer após o intenso bombardeio na direção de Bolsonaro, de nada adianta manter essa estratégia.
Além de direcionar a artilharia contra Haddad, parte da equipe prega que a propaganda de Alckmin — dono do maior tempo no horário eleitoral — reserve agora mais espaço para destacar o que classifica como “virtudes” do ex-governador de São Paulo.
Em conversas reservadas, no entanto, muitos aliados afirmam que só um “milagre” levará Alckmin ao segundo turno. O PSDB busca culpados para a crise. Dirigentes do partido admitem que, se for confirmado o cenário de um segundo turno entre Bolsonaro e Haddad, haverá uma “caça às bruxas” após as eleições.