O prefeito Joaquim Neto em sua incessante tentativa de salvar sua reeleição ao pleito executivo da cidade disponibiliza cargos municipais como se estivesse em uma feira. A adesão de Jessé Bicodepena junto com a indicação de Jorge da Farinha ao cargo de secretário de Relações Institucionais foi a única cartada política feita pelo governo JN até o momento.

Agora, o prefeito Joaquim Neto precisa aprovar, na Câmara de Vereadores, um empréstimo de R$20 milhões junto ao Desenbahia. E para isso, estaria valendo tudo, inclusive oferecer a Secretaria de Infraestrutura (Secin), recém desocupada, para o vereador Anderson Baqueiro (SD). Com a troca, o suplente Djalma (PRB), assumiria a vaga de Baqueiro na Câmara. Sendo este ligado a Roberto Torres, pressupõe que o presidente da casa ajudaria também no alcance dessa busca de crédito.

Nada ainda foi confirmado pelos envolvidos. Podemos adiantar que o PRB tem candidato próprio, até o momento, e a ida de Roberto à base de Governo de Joaquim seria um desastre no âmbito moral para o presidente da câmara que bateu o pé dizendo que é pré-candidato a prefeito.

A questão é uma só! O desespero do Prefeito Joaquim em ter uma base factível para disputar a reeleição que se avizinha!

Até a presente data, Joaquim Neto é candidato natimorto e é só uma questão de tempo a passagem do bastão para o novo prefeito que será eleito em outubro de 2020.

Me parece, caros leitores, que o prefeito já foi condenado ao ostracismo tanto pelos políticos da cidade quanto pelo povo alagoinhense.

O ostracismo era uma punição existente em Atenas, no século V a.C, na qual o cidadão, geralmente um político, que atentasse contra a liberdade pública, era votado para ser banido ou exilado, por um período de dez anos. O Ostracismo foi criado por Clístenes, o “Pai da Democracia”. Todos os anos, durante a sexta Pritania a questão de se um ostracismo deveria ser votado naquele ano era colocada para a Eclésia, se assim decidido, o ostracismo tomava lugar na Ágora durante a oitava Pritania. O termo deriva do método de votar que consistia na escrita do eleito em um pedaço de cerâmica, denominado de Óstraco.

A democracia ateniense, ao contrário da democracia praticada nas sociedades ocidentais modernas, era reservada somente aos “homens livres”, isto é, de origem nobre e aptos à participação na vida da pólis (daí vem o termo “política”). As regras da prática democrática em Atenas atendiam a preceitos que deveriam, a qualquer custo, preservar as instituições, principalmente as assembleias que se reuniam na Ágora para decidir os rumos políticos da cidade.

Tenho notado que os vereadores de Alagoinhas não gostam de ter seus nomes vinculados ao do prefeito Joaquim Neto. A prática de negociatas políticas para viabilizar uma candidatura é normal, no entanto, o prefeito está tendo sérias dificuldades em conseguir, ao menos, abertura para iniciar qualquer conversa. O que me estranha é que os vereadores conversam, negociam, põem seus pedidos na mesa, mas não gostam de ter seus nomes vinculados ao do governo municipal. Por qual motivo? O prefeito Joaquim Neto já foi condenado ao ostracismo ou é só uma jogada para acordos velados (às escondidas) visando outubro de 2020?

O povo merece mais transparência. E não se enganem, estamos de olhos, ouvidos e narizes atentos!

Hugo Azi é advogado formado pela faculdade Ruy Barbosa, Pós-graduado em Direito Empresarial pela FGV/SP, membro da comissão de Direito Empresaria da OAB/BA e do Instituto Brasileiro de Recuperação de Empresas, além de ser colunista do site News Infoco.