A decisão liminar expedida pela Justiça que afasta, mesmo que momentaneamente, o presidente da Câmara Municipal de Alagoinhas, Cleto da Banana, é sem sombra de dúvidas um dos maiores fatos políticos que a cidade já assistiu.
Coube a um quarteto de homens filiados ao partido Novo, sigla que não elegeu sequer um representante na Casa Legislativa na última eleição, aplicar um forte golpe ao grande acordão de 17 vereadores que ungiram Cleto ao seu terceiro mandato consecutivo, apesar das críticas da opinião pública a época.
Tudo bem, a decisão da Justiça, por enquanto é cautelar, e ninguém sabe se será suspensa por instancias superiores, ou mesmo se a decisão será mantida quando chegar a hora de se analisar o mérito da ação, mas isso torna-se até uma questão secundária, diante do teor politico que ela se reveste. A ação popular que pede a invalidação da eleição que elegeu a atual mesa diretora atinge, não só Cleto da Banana, mas toda a Câmara Municipal.
A base, liderada pelo vereador José Edésio, já acusada por alguns de fechar os olhos para os problemas advindos do executivo, passa a ser cobrada também por participar de uma ato, que antes percebido por muitos como imoral, agora passa a ser visto como inconstitucional.
Já a oposição, liderada por Luma Menezes, que poderia estar agora ao lado do Novo surfando na onda, paga a fatura em dobro. Primeiro por apoiar um integrante da base do governo(Cleto da Banana) para lidera-los, segundo por não se apropriar do manto da contestação, que é o que sempre se espera de uma oposição.
O caso especifico da vereadora Luma Menezes é ainda mais complicado, como ela ainda manterá o discurso de uma politica nova, quando suas relações com as velhas práticas e figuras politicas estão tão evidentes(aliança com Paulo Cezar, Paulo Azi, Cleto da Banana…)?!
Grande dessa história toda sairá o partido Novo. Ao se distanciar do status cuo, se aproxima do que uma grande parte do eleitorado anseia. Ao não ter apoio de nenhum parlamentar, nem mesmo da oposição, em sua empreitada, joga todos os integrantes da Casa Legislativa em uma vala comum, e podem se apresentar como alternativa viável de enfrentamento aos interesses da classe politica dominante.
Escrito por Caio Pimenta, advogado, âncora do programa Primeira Mão, da radio Ouro Negro 100,5 FM. Ele também escreve sua coluna no site News Infoco, do qual é editor- chefe e dirige a radio web 2 de julho.