Integrantes da equipe econômica atribuem a ministros e outros membros da chamada ala desenvolvimentista do governo o “fogo amigo” contra o ministro Paulo Guedes nos últimos dias.
Na avaliação de auxiliares de Guedes, o pano de fundo seria a disputa em relação a furar ou não o teto de gastos, regra que impede os gastos do governo de crescerem acima da inflação do ano anterior.
Forte defensor do teto, Guedes vem travando uma guerra principalmente como o ministro do Desenvolvimento Regional, que defende o governo gastar mais para bancar obras pelo país.
Segundo o âncora Caio Junqueira, Jair Bolsonaro estaria muito irritado e incomodado com Guedes, após o ministro citar a possibilidade de impeachment do presidente, caso ele fure o teto de gastos.
Discurso combinado
Em conversa com aliados e interlocutores neste sábado (15), o próprio Guedes desmentiu mal-estar com Bolsonaro. Lembrou que seus discursos recentes foram todos combinados previamente com o presidente.
A um interlocutor, o ministro disse que está no seu papel de alertar o presidente de que furar o teto poderia configurar crime de responsabilidade fiscal e afirmou contar com apoio até da ala militar para o respeito à regra.
Assessores do Planalto, porém, veem Guedes submetido a um processo de “fritura” similar a de outros ex-ministros que deixaram o governo e avaliam precisará mudar a postura se quiser permanecer no cargo.