O PDT baiano voltou a fazer gestões para tentar emplacar o vice na chapa do candidato a governador ACM Neto (UB). Ontem, formalizou a indicação do nome do empresário Angelo Dourado para a posição durante um ato no escritório político do próprio Neto.
O ex-prefeito de Salvador não poderia ter deixado de receber o partido e suas lideranças para todo o ‘rapápé’ em torno de Dourado. Mas tanto ele quanto toda a oposição e mesmo o governo sabem que o movimento não passa de uma birra de ‘araque’ do presidente do partido na Bahia.
No passado, o deputado federal Félix Mendonça Jr. pegou uma briga feia com o colega Marcelo Nilo (Republicanos) e a querela, como terminou envolvendo Andréa Mendonça, elegante irmã do parlamentar pedetista, acabou indo para o campo pessoal.
Ocorre que quando Neto começou as primeiras tratativas para compor sua chapa e Félix Jr. e Nilo despontavam como opções, o dirigente do PDT esqueceu a cizânia e topou fazer parte do mesmo time, aceitando, inclusive, participar de viagens com o já ex-desafeto.
Em nome da perspectiva de poder, as diferenças, portanto, pareciam resolvidas.
Nesta época, o PP ainda não havia migrado para a oposição nem indicado o candidato a senador de Neto. Antes de o partido fechar a aliança, Nilo, que era o principal nome para o Senado junto ao ex-prefeito de Salvador, foi rápido e disse a ele que abria mão da vaga se o PP se integrasse à campanha.
Assim, na sequência, se tornaria também o principal nome para a vaga de vice. A partir deste momento, Félix Jr. voltou a fazer nova carga contra o deputado federal, que filiou-se ao Republicanos por orientação do próprio Neto.
Se ele próprio topara fazer parte da mesma chapa com Nilo por que voltara atrás?
Além disso, neste meio tempo, mais precisamente, na semana passada, Felix Jr. conseguiu emplacar a mesma irmã como secretária de Cultura e Turismo da Prefeitura de Salvador num acordo com Bruno Reis (UB), amigo pessoal e um dos principais sustentáculos da campanha do candidato a governador do UB.
É claro que as credenciais de Andrea para a posição são uma incógnita. Sem qualquer crítica de caráter pessoal à ex-vereadora, são, por exemplo, conhecidas as críticas à sua passagem pelo comando da Junta Comercial da Bahia.
Dizem que o governador Rui Costa (PT) se arrepende até hoje do arroubo de tê-la nomeado, na época em que Félix Jr. era da base do governo, desconsiderando uma advertência do antecessor Jaques Wagner, de quem, também indicada pelo irmão, Andréa foi secretária de Ciência e Tecnologia.
Daí que, depois de Félix Jr. ter sacramentado um membro da família na secretaria de Cultura e Turismo de um município como Salvador, o apoio do PDT a Neto já está para lá de pago. Exigir também a vice é um exagero!
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