As digitais de Paulo Cezar pairam sobre a crise do transporte público de Alagoinhas – Por Caio Pimenta

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Paulo Cezar

Quem dera fossem apenas os fortes indícios de corrupção, a grande mácula na gestão do ex-prefeito Paulo Cezar. Rombo no SAAE, contratos fraudulentos no transporte escolar, irregularidades nas obras de macrodrenagem do Silva Jardim, etc. Poderia utilizar este espaço para enumerar as denuncias e suspeitas que pairam sobre a gestão do ex-prefeito Paulo Cezar. Porém, tão grave quanto a corrupção, é a irresponsabilidade administrativa. E neste segundo caso, não trago como ‘fortes indícios, é uma constatação. O governo do ex-prefeito Paulo Cezar foi irresponsável em diversos aspectos de sua administração, mas nenhuma irresponsabilidade foi maior do que o que ocorreu com relação ao transporte público municipal.

O governo do ex-prefeito Paulo Cezar foi responsável pela quebra da saúde financeira das empresas que operavam no município, algumas com mais de 30 anos de existencia. Dentre todas, apenas a ATP, conseguiu manter o mínimo de equilíbrio financeiro graças a aportes financeiros contínuos de seus donos.

Distante desta narrativa, muitas vezes injustas, com relação à administração das empresas or parte de seus proprietários, trago à tona, ou melhor, quero rememorar junto com você leitor, medidas tomadas pela gestão do ex-prefeito Paulo Cezar, entre o inicio de 2009 e final de 2016, que contribuíram para a crise no sistema de transporte público que assistimos hoje.

O sistema de transporte público urbano de Alagoinhas até o final da gestão Joseildo Ramos(PT) vinha numa sequencia de reajuste tarifários anuais, com base em índices como inflação, e aumento do preço dos insumos utilizados para operacionalização do serviço. Além do mais, a prefeitura fazia o pagamento do vale-transporte ao funcionalismo por meio da entrega de passes, comprados diretamente do Sindetcura. sindicato que representa as empresas do setor, o que garantia uma injeção indireta de recursos públicos no sistema. É preciso destacar também que a concorrência com outro modais de transporte como uber e mototaxi ou inexistia ou era muito pequeno. Resultado: O sistema era superavitário e as empresas tinham a capacidade financeira de fazer investimentos contínuos, como renovação de frota, etc.

Com a chegada do ex-prefeito Paulo Cezar ao poder, com todo aquele populismo irresponsável que sempre acompanhou sua trajetória politica, começou o desarranjo no sistema que acabaria por culminar na dificuldade financeira enfrentadas pelas empresas. Quando Paulo Cezar assumiu o governo a passagem de ônibus era R$1,70 e após 8 anos de governo a passagem chegaria ao valor de R$2,20, ou seja, em 8 anos a passagem teve um acréscimo de apenas R$0,50,  Um aumento acumulado de 29,41% em 8 anos. Nesse período a variação do IGPM-FGV( Índice Geral de Preços de Mercado) foi de 47,71%. Ou seja, só com a falta de reajuste tarifário equivalente, as empresas perderam 18,3% em receita.

Para piorar, o ex-prefeito decidiu pagar o vale transporte do funcionalismo em dinheiro, desrespeitando, inclusive, recomendação da CLT, que não confere caráter salarial ao beneficio. Estimativa recente feita pelo Sindetcura, apontou que o sistema perde cerca de R$ 450 mil/mês sem a compra de passes realizadas pela prefeitura.

Além das perdas financeiras diretamente ligadas a medidas chanceladas pelo ex-prefeito Paulo Cezar, a omissão também foi combustível para toda essa rede de irresponsabilidades. Primeiro pelo desinteresse em regulamentar novos modais de transporte como os mototaxis, que de forma clandestina, e sem nenhuma retaguarda jurídica, começaram a lotar os canteiros da cidade, retirando usuários pagantes do sistema do transporte público sem nenhuma interferência do poder público. É preciso ressaltar o caráter social do transporte urbano, único modal de transporte público que confere gratuidade para idosos, deficientes e afins.

Diante de toda essa situação dramática, uma por uma, as empresas foram quebrando. Podemos citar a Xavier, a Viação Cidade Alagoinhas, agora a Viação Cidade das águas, e não podemos vislumbrar que dentro de pouco tempo, caso nada seja feito, a ATP.

Apesar da culpabilidade, mais do que provada, da gestão do ex-prefeito Paulo Cezar ne tudo isso que aí está, não podemos deixar de criticar o atual gestor Joaquim Neto(PSD), que até agora, não encontrou uma solução para a crise. É dever de quem estar no poder resolver os problemas que afligem a população, inclusive as herdadas por gestões anteriores.

Escrito por Caio Pimenta, bacharel em Direito, radialista, apresentador do Programa Primeira Mão da rádio Ouro Negro FM 100,5 FM e rádio 2 de Julho. Ele também é editor-chefe do site News Infoco