Atraso de salário na ATP e frota reduzida da Avanço no lote 2 são sinais de que a crise no transporte público de Alagoinhas deve continuar mesmo após mudanças

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O anuncio de atraso do pagamento de funcionários feita pela empresa ATP, revelada ontem(09) pelo site LucianoReisnoticias causou preocupação na população. Traumatizada pelo desfecho que teve os atrasos de salários protagonizadas pelas empresas Xavier e Cidade Alagoinhas, que pouco temo depois foram retiradas do sistema, os alagoinhenses assistem a mesma história se repetir.

Com a saída das duas empresas(Xavier e Cidade das águas), o sistema piorou. Se antes a reclamação era o péssimo serviço prestado, agora a reclamação é a falta de ônibus em mais da metade das linhas da cidade(linhas urbanas e rurais).

Recentemente foi revelado por este News Infoco a chegada de uma nova empresa para assumir emergencialmente o lote 2 das linhas urbanas, a empresa Avanço, porém ela só deve colocar para rodar 10 ônibus, 19 a menos do que deveriam rodar no lote 2. Com isso, grande parte dos rodoviários devem continuar desempregados e há o risco de algumas linhas não serem atendidas, ou serem atendidas de forma precária. Este fato, inclusive, tem sido objeto de discurso do vereador Thor de Ninha(PT) nas sessões da Câmara.

As linhas da zona rural, mesmo com a chegada da Avanço, não será contemplada. Apesar de emergencialmente a SMTT ter liberado a atuação de transporte alternativo e ônibus avulso, populares tem se queixado dos permissionários não aceitarem as gratuidades, nem os passes. Ou paga a passagem em dinheiro, ou então os moradores destas localidades continuam sem ter direito ao transporte público.

Toda essa situação só demonstra uma coisa: o problema não é a atuação das empresas e sim o sistema, que não se remunera. A conta feita hoje pelos empresários do setor é:  quanto menos ônibus rodarem, menor será o prejuízo. O caso da frota reduzida da empresa Avanço é exemplo dessa assertiva.

Sugestões como a criação de lei antifraude, revogação da lei municipal de gratuidade a idosos entre 60 a 65 anos, pagamento do auxilio transporte por meio de passe a servidores municipais, que teriam o poder de salvar o sistema da crise enfrentada tem sido até aqui ignoradas, tanto pelo poder executivo, quanto pela Câmara de Vereadores.

Ao mesmo tempo que essas medidas não são discutidas, a falta de fiscalização da SMTT no cumprimento das rotas e a falta de zelo com as linhas de ônibus são gritantes. No terminal de coletivos já virou costume transporte alternativo e ônibus intermunicipais fazerem transporte de passageiros, quando deveriam utilizar a estação de transbordo ou o terminal rodoviário, respectivamente.

E assim a crise no transporte público vai se acentuando e o povo sofrendo sem grandes perspectivas de mudanças.

Por Caio Pimenta para o News Infoco