Os municípios de Eunápolis, Simões Filho, Lauro de Freitas e Porto Seguro estão na lista das cinco cidades mais violentas do País, segundo o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Os números revelam a distribuição desigual das mortes violentas no País e colocam as capitais nordestinas no destaque negativo da segurança pública.
O Atlas da Violência 2018 – Retrato dos Municípios foi divulgado nesta sexta-feira, 15, e reflete os dados de 2016, onde 134,9 mil pessoas foram vítimas de morte violenta no Brasil, sendo 62,5 assassinadas.
A média de 30 mortes por grupo de 100 mil habitantes não reflete, no entanto, dados alarmantes da violência, tamanha a desigualdade dos números apresentados. Metade das mortes foi registrada em um universo de 123 cidades e, na Bahia, o índice de homicídios ficou em, no mínimo, três vezes superior à média nacional. O Rio de Janeiro, no entanto, tem 18 cidades na lista das mais violentas e foi considerado o estado onde a segurança é mais calamitosa.
O estudo que inclui ocorrências de assaltos, latrocínios, mortes por motivo de vingança ou ainda homicídios passionais coloca a região Norte e Nordeste novamente com destaque negativo.
Belém (PA), Aracaju (SE) e Natal (RN) ocupam as primeiras posições, e Salvador ocupa a quinta colocação. As capitais menos violentas são São Paulo (SP), Florianópolis (SC) e Vitória (ES).
Bahia contesta
Segundo a Secretaria da Pública da Bahia (SSP), os dados do Atlas não refletem a realidade porque utilizam exclusivamente o banco de dados do Datasus, que é alimentado pelas secretarias municipais de saúde. Para a SSP, é um equívoco utilizar a análise de saúde pública fornecida pelo Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) como fonte para discutir o tema.
A Secretaria da Segurança Pública diz que as taxas de Crimes Violentos Letais Intencionais (homicídio, latrocínio e lesão corporal dolosa) nos municípios baianos foram de 96,3 em Eunápolis; 85,4 em Simões Filho; 66,3 em Lauro de Freitas; e 64,4 em Porto Seguro.
A pesquisa do Ipea e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, diz a SSP, descarta completamente o levantamento do Ministério da Justiça, feito com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de Segurança Pública. Trata-se, na avaliação da SSP, de um equívoco. “Só recentemente descartaram essa fonte de consulta por mera conveniência, diz o comunicado da Secretaria da Segurança da Bahia.