O candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, criticou a atuação da Organização das Nações Unidas (ONU) e prometeu tirar o Brasil do conselho do órgão caso ele seja eleito. As declarações foram feitas pela internet e em evento de militares realizado neste sábado (18), em Resende (RJ), e surgem como resposta à decisão liminar do Comitê de Direitos Humanos da ONU a favor da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

“Há mais ou menos dois meses, falei em entrevista que já teria tirado o Brasil do conselho da ONU. Não só por se posicionarem contra Israel, mas por sempre estarem ao lado de tudo que não presta. Este atual apoio a um corrupto condenado e preso é só mais um exemplo da nossa posição”, protestou Bolsonaro em sua conta no Twitter.

Durante cerimônia de cadetes da Aman (Academia Militar das Agulhas Negras), mesmo local onde Bolsonaro se formou capitão do Exército, o hoje presidenciável disse à reportagem do jornal Folha de S.Paulo que a ONU “não serve para nada” e não tem “o menor compromisso” com as nações da América do Sul. “É um local para reunião de comunistas”, disse.

A decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU que despertou a ira do candidato do PSL ao Planalto foi divulgada pela defesa de Lula nessa sexta-feira (17). Nela, o órgão cobra que o estado brasileiro “tome todas as medidas necessárias para permitir que Lula desfrute e exercite seus direitos políticos da prisão como candidato nas eleições presidenciais de 2018”.
O Ministério das Relações Exteriores afirmou por meio de nota que as conclusões desse comitê têm “caráter de recomendação e não possuem efeito juridicamente vinculante”. O governo federal acrescentou que irá encaminhar ao Poder Judiciário o teor da deliberação.

A defesa de Lula, por outro lado, defendeu que não cabe discussão a respeito do cumprimento da liminar concedida em favor do petista. “A liminar vai ser enviada ao Judiciário, mas não é para decidir, é para cumprir. A decisão já está tomada. [Se descumprir a liminar] O Brasil estará propondo a lei da selva, como propõe o Talibã”, afirmou o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim.

Fonte:ig