Com o avanço da campanha presidencial para o segundo turno, Paulo Guedes e o núcleo duro da equipe econômica do candidato do PSL Jair Bolsonaro intensificaram movimentos para reforçar o time que pode vir a ocupar a Esplanada dos Ministérios no ano que vem.

Integrantes da cúpula de Bolsonaro já procuraram economistas que colaboraram nas campanhas de rivais, como Leandro Piquet, que participou do programa de Geraldo Alckmin (PSDB), e Cláudio Frischtak, que ajudou a estruturar os planos de Marina Silva (Rede).

Coordenador do programa econômico de Bolsonaro e apontado como futuro ministro da Economia, Guedes acalenta o desejo de atrair para postos do governo e estatais gestores já testados na iniciativa privada e com o carimbo do mercado financeiro.

Segundo uma fonte da equipe, Guedes quer liderar “um grande movimento de executivos de mercado em direção ao governo federal”, plano que tem animado os colaboradores.

Executivos e economistas com quem Guedes mantém conversas frequentes e tem boa relação – e entusiasmo com o projeto de Bolsonaro – são vistos como possíveis “aquisições” para a equipe.

No grupo de executivos estão Paulo Guimarães, sócio da Brasil Plural, Alexandre Bettamio, do Bank of America Merrill Lynch, Roberto Campos Neto, do Santander, e João Cox Neto, presidente do conselho administrativo da TIM. Procurados, eles não quiseram conceder entrevista.

Apesar de não estarem oficialmente no time de campanha, Bettamio e Guimarães já indicaram apoio a Jair Bolsonaro a colegas no mercado financeiro e em reuniões, segundo duas fontes ouvidas pelo Estado.

Sócio-fundador e presidente do conselho da Localiza, Salim Mattar, e o presidente do conselho de administração da TIM, João Cox, são dois executivos com experiência em gestão que também mantêm contato com Guedes e já manifestaram interesse em contribuir. Cox tem mantido conversas informais e não descarta fazer parte do “dream team” de Guedes, segundo fontes.

Todos esses nomes são avaliados por Guedes como “excelentes”, mas não há convite formal ou definição de quais cargos, caso confirmados, ocupariam num eventual governo.

Por um lado, há avaliação positiva por parte de Guedes de diversos nomes da atual administração, caso de Ilan Goldfajn no Banco Central, de Paulo Caffarelli no Banco do Brasil, de Wilson Ferreira Júnior na Eletrobrás.

Por outro, não houve conversas sobre esse arranjo com Bolsonaro. Fontes graduadas da campanha entendem que ele pode eventualmente vetar nomes que tenham identificação com governos do PT ou com figuras do PSDB.

Estadão