Após cogitar não enviar um represente de primeiro escalão à posse do presidente da Argentina, Alberto Fernández, nesta terça-feira (10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou atrás da decisão e indicou o vice-presidente Hamilton Mourão como emissário brasileiro na cerimônia. A informação foi confirmada nesta tarde pelo Palácio do Planalto – Mourão embarca para Buenos Aires às 20h desta segunda.

A informação que circulava nos bastidores de Brasília até então era a de que o Brasil Brasil seria representado pelo embaixador em Buenos Aires, Sérgio França Danese.

O ministro da Cidadania Osmar Terra também chegou a ser cogitado como representante brasileiro na cerimônia, assim como o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo – Bolsonaro, no entanto, desistiu de indicar o chefe do Itamaraty, representante máximo da diplomacia do País, porque ele comparou, em uma entrevista à mídia local, Fernández a uma matrioska, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva dentro.

Na manhã desta segunda, Bolsonaro recusou-se recusou a responder a jornalistas se enviaria ou não representantes e limitou-se a dizer que as relações comerciais entre os países continuariam.

Bolsonaro é crítico de Fernández e de sua vice, Cristina Kirchner, pelo fato de atuarem em um campo político ideologicamente situado à esquerda e serem próximos dos ex-presidentes Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente chegou a dizer, antes da eleição de Fernández, que a Argentina “se transformaria em uma Venezuela” caso o esquerdista vencesse.

De acordo com a Folha de S. Paulo, o presidente foi convencido por Maia a mudar de decisão e fazer um gesto diplomático em direção à Argentina. Nos últimos dias, o presidente já havia sido informado por diplomatas brasileiros que a ausência de um representante brasileiro na cerimônia de posse teria uma repercussão negativa no país vizinho, o que poderia afetar negociações futuras.

Ausente na solenidade de posse, Bolsonaro romperá uma tradição: será a primeira vez em 17 anos que um presidente brasileiro não participará da cerimônia no país vizinho, principal parceiro comercial do Brasil na América do Sul.