O governo brasileiro rejeitou o pedido da ONU para subsidiar hospedagens de delegações na COP30, marcada para novembro em Belém. A decisão foi divulgada em coletiva de imprensa após reunião com autoridades da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC).

Segundo a secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, o país já arca com custos significativos para a realização do evento e não subsidiará delegações de outros países, incluindo nações mais ricas que o Brasil. “Não cabe, do nosso ponto de vista, aos brasileiros fazer subsídios a outros países. Reafirmamos também nosso apoio para que a ONU use o auxílio que já dá aos países mais pobres, com o mesmo valor que eles já dão em outras cidades brasileiras”, disse.

Até o momento, 39 países concluíram reservas pela plataforma oficial, enquanto oito negociam hospedagem diretamente com hotéis. Ao todo, mais de 190 delegações manifestaram interesse em participar da conferência.

As autoridades brasileiras também ressaltaram que, pela legislação nacional, não é possível intervir no setor privado para reduzir preços de hospedagem. O governo abriu, em junho, um processo administrativo para apurar possíveis abusos no setor. “Em um país da nossa característica de democracia, que tem regras de mercado, não é possível intervir, mas atuamos de acordo com a legislação”, afirmou o secretário extraordinário para a COP30Valter Correia.

Durante a reunião da UNFCCC, foi anunciada a criação de uma força-tarefa conjunta, envolvendo a Secretaria Extraordinária de COP30, a presidência da conferência e os ministérios do Turismo, das Relações Exteriores e do Meio Ambiente e Mudança do Clima. O objetivo é dar suporte aos 72 países com menos recursos, garantindo que confirmem suas reservas de hospedagem.

“Hoje ficou claro que a COP30 será em Belém. E essa força-tarefa começa dando atendimento aos países que têm menos recursos, assegurando que confirmem suas reservas tão logo quanto possível”, afirmou André Corrêa do Lago, presidente da COP30.

Bahia.Ba