Em evento com políticos e investidores, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos, defendeu a condução da política monetária. De acordo com o chefe do BC, se o Copom não tivesse iniciado o ciclo de aperto monetário em 2021, a inflação este ano no Brasil seria de 10%, e os juros teriam que estar em 18,75%, o que levaria o país à recessão.

“Se a gente não tivesse subido os juros, a inflação de 5,8% seria de 10%. A inflação esperada para o outro ano seria de 14%. Se isso tivesse acontecido, basicamente, teríamos que estar com juros de 18,75% hoje para ter o mesmo objetivo”, estimou o presidente, nesta sexta-feira (21), em Londres.

Na oportunidade, Campos Neto afirmou que se o ciclo não tivesse sido colocado em prática, o país entraria em forte recessão em 2024. “Teríamos que, muito provavelmente, subir os juros para o ano que vem, colocando o país em uma recessão entre 3% a 4%”, completou.

Campos Neto participou do LIDE Brazil Conference, evento que reuniu ministros, governadores e empresários para debater os “desafios econômicos e institucionais” do Brasil e estimular as relações bilaterais com o Reino Unido. Na oportunidade, o presidente do BC contrapôs as críticas sobre eventual “atuação política” da instituição financeira.

“O Banco Central fez a maior alta de juros em um ano de eleição histórica do Brasil. Isso mostra que o banco central atua de forma bastante independente durante o processo de eleição e isso tem várias vantagens, porque na política monetária, quando você atua antes, o custo é menor”, disse. Campos Neto foi indicado para a presidência do Banco pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), no final de 2018 e assumiu em 2019.

Taxa Selic

A Taxa Selic está estacionada desde agosto do ano passado em 13,75% ao ano, o que vem estimulando críticas diretas do presidente Lula e de seu governo por limitar o crescimento econômico em nome do combate à inflação.

 

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