Rio de Janeiro - Procurador do Ministério Público Federal e coordenador da força tarefa da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, fala no Congresso da Associação Brasileira de Private Equity & Venture Capital (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Os líderes de partidos do Centrão estão trabalhando para desengavetar proposta que cria uma “quarentena eleitoral” para magistrados, integrantes do Ministério Público e até policiais interessados em ingressar na vida política.
Depois de tentarem articular uma CPI para apurar vazamentos de investigações da Operação Lava Jato, a cúpula quer agora que integrantes dessa categoria sejam obrigados a deixar o cargo ao menos dois anos antes do pleito ao qual pretendem lançar candidatura.
Nos bastidores, segundo o Estado de S. Paulo, a estratégia é batizada de ‘plano anti-Deltan’, em referência ao procurador da República Deltan Dallagnol, chefe da força-tarefa da em Curitiba.
Na prática, a possibilidade de juízes e procuradores migrarem para a política – como fez o ministro da Justiça, Sérgio Moro, ex-juiz da Lava Jato – acendeu o sinal vermelho no Congresso.
A nova ofensiva ganhou força após deputados aprovarem a Lei de Abuso de Autoridade, vista como “troco” da classe política a medidas de combate à corrupção.
O assunto foi tratado em recente reunião de dirigentes do Solidariedade, DEM e MDB, entre outros partidos. “Uma quarentena de cinco anos está bom. Menos que isso é pouco”, disse o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), presidente do Solidariedade.
Atualmente, para que possam se candidatar, magistrados e membros do MP precisam se desligar de suas funções seis meses antes da eleição, como qualquer outro ocupante de cargo público.
Este é o prazo estabelecido pela lei para que os postulantes a vagas no Executivo e Legislativo se filiem a um partido para lançar a candidatura.