A partir de 1º de janeiro de 2021, não haverá mais gratuidade nos transportes públicos para quem tem entre 60 e 65 anos na cidade de São Paulo. As leis que garantiam o beneficio aos paulistas foram revogadas no dia de hoje(23) pelo prefeito reeleito, Bruno Covas(PSDB) e pelo governador João Doria(PSDB) como forma de diminuir os prejuizos das empresas que operam no sistema. Continua vigorando a gratuidade de idosos a partir de 65 anos, que advém de lei federal.
A tarifa em São Paulo custa R$ 4,40, sendo que a prefeitura coloca no sistema R$ 287 milhões por mês, a titulo de subsidio, para não majorar o valor da passagem, que sem este auxilio custaria para o usuário R$ 8,61.
Em Alagoinhas, o sistema de transporte também passa por momentos dificeis. As empresas acumulam prejuízos desde o governo Paulo Cezar, que por questões eleitoreiras, deixou de repassar os custos inflacionários à tarifa. O problema foi se arrastando ao passo que as empresas foram perdendo a capacidade de investimento, ao ponto de, agora, terem dificuldades de pagar, inclusive, o salário dos funcionários.
Vários são os problemas do sistema de transporte público em Alagoinhas. Segundo estudos feitos pela Comissão de Transportes, com base no índice geral de preços do mercado(IGPM), a tarifa em Alagoinhas deveria custar em média R$4,40, atualmente a tarifa é de R$2,70. Diferente da cidade de São Paulo, a prefeitura de Alagoinhas não subsidia o sistema, ou seja, os custos da tarifa subdimensionada recaem no colo do empresariado.
Um dos fatos que contribuem para o alto custo do transporte(R$ 4,40) na cidade é o excesso de concessões de gratuidades no sistema. Estima-se que mais de 40% dos usuários do transporte público municipal possuem algum tipo de isenção na tarifa, outra parcela, os estudantes, tem direito a meia-passagem. No fim das contas, menos de 2/3 dos usuários do sistema acabam pagando a passagem inteira.
Outra situação que afeta o sistema é a concorrência com os moto-táxis, ainda não regulamentados no município, e os ubers.
Com tantas dificuldades e nenhuma ação concreta do Governo municipal, a tendencia é que já no mês que vem estoure uma nova crise no sistema, com atraso de salários e até a possibilidade do abandono das linhas pelas empresas, que já demonstram não ter capacidade de suportar os prejuízos.
Por Caio Pimenta para o News Infoco