Em uma palestra em São José dos Campos, o ministro Luis Roberto Barroso, do STF, disse, na última sexta-feira, sentir-se impressionado com “a quantidade de gente que está eufórica com os hackeadores, celebrando o crime”.

E mais, afirmou que, em sua percepção, há mais fofoca do que fatos relevantes, apesar, segundo ressaltou, do esforço, este sim à vista de todos, de se maximizarem os vazamentos do site Intercept Brasil.

Barroso foi no ponto: “Apesar de todo o estardalhaço que está sendo feito, nada encobre o fato de que a Petrobrás foi devastada pela corrupção”.

E é exatamente disso que se trata. Celebrar e contemplar as fofocas alvo dos hackers (criminosos) é ação típica de quem tem algo a ganhar com isso. Não é de bom grado um cidadão normal, pagador de impostos, trabalhador e brasileiro celebrar uma obra do crime!

O que me deixa abismado é que, além de políticos e ideológicos, esses defensores do crime estejam preocupados com o jogo de poder pelo poder, ou seja, a única coisa que importa para eles é o poder. Poder para mandar no país de maneira arbitrária e fomentar/financiar países vítimas de ditadura, vide Venezuela e Cuba.

É claro que pode se questionar a conduta ética de alguns dos membros da Lava Jato, a serem verdadeiras as “pílulas reveladoras” do site do ianque Glen Greenwald. Mas qual era mesmo a ética daqueles que integram ou integraram a organização criminosa que desviou bilhões da Petrobras e foram combatidos pela maior operação contra a corrupção já realizada no país?

Tratar a Lava Jato como uma organização criminosa, como um ministro do mesmo STF, Gilmar Mendes, resolveu classificá-la, é extremamente prejudicial ao Brasil e destila veneno para a população brasileira.

E outra coisa, Lula não foi o único condenado na Lava Jato! Vamos soltar Eduardo Cunha? Alberto Youssef? Sérgio Cabral? Geddel Vieira Lima? Luiz Fernando Pezão? Entre diversos outros.

Só na primeira instância da força-tarefa do MPF de Curitiba, os números da Lava Jato apontam, cerca de 244 condenações contra 159 pessoas diferentes.

Como não conseguiram reduzir popularidade de Moro, suspeitos, acusados e condenados da Lava Jato agora querem prejudicar a operação inteira.

É triste ver jornalistas, políticos, intelectuais e pessoas de bem eufóricas e felizes em celebrar cada vazamentos de fofocas e conversas roubadas de dentro do telefone de uma pessoa comum. Pessoa essa que é Ministro de Estado, além de procuradores e delegados. Mas o que esperar de pessoas que entonam um discurso de Lula Livre? Que pedem a soltura de um preso condenado em 2 estâncias?

Voltando a falar das mensagens roubados pelos hackers, me reservo a deixar a frase de Augusto Comte, filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo: “A moral consiste em fazer prevalecer os instintos simpáticos sobre os impulsos egoístas”.

Hugo Azi é advogado formado pela faculdade Ruy Barbosa, Pós-graduado em Direito Empresarial pela FGV/SP, membro da comissão de Direito Empresaria da OAB/BA e do Instituto Brasileiro de Recuperação de Empresas, além de ser colunista do site News Infoco.