A forte ligação de integrantes do grupo do dep. Paulo Azi em Alagoinhas com o ex-prefeito Paulo Cezar, condenado em 1º instancia a 2 anos e 6 meses de prisão por participação em um esquema de fraude no transporte escolar do município, tem se tornado uma dor de cabeça para o conjunto.
Fiador das últimas campanhas de PC na cidade, o grupo já começa a sofrer questionamentos da população sobre este apoio, já que desde 2017 o ex-prefeito vem sendo acusado de cometer crimes contra a administração pública, o que agora resultou em uma condenação na Justiça. Imagens do apoio do vereador Luciano Almeida à Paulo Cezar já circulam nas redes sociais, trazendo um desgaste ainda não dimensionado á sua imagem. Alijado das benesses do poder, desde que seguiu para oposição, o vereador deu uma declaração polêmica na última terça-feira durante discurso na Câmara de Vereadores, o que não caiu bem.
No discurso, Luciano Almeida pareceu ter perdido seu controle emocional e acabou desferindo acusações, inclusive, para nomes no qual tem, ou pelo menos tinha, relações pessoais antigas de amizade. Antes do seu discurso, fontes ouvidas por esta coluna, relataram que “Luciano Almeida estava visivelmente abalado emocionalmente”, demonstrando preocupação e até “desespero”. Não é para menos, os vídeos e as criticas à sua ligação com o ex-prefeito Paulo Cezar atrapalham, sem sombra de dúvidas, a sua reeleição.
A sua parceira de partido, Jaldice Nunes, evitou comentar a condenação. Seguiu a recomendação dos mais “experientes” do grupo de “evitar mencionar a condenação” e muito menos fazer qualquer gesto de defesa, afinal ainda é uma incógnita o que decidirá o Tribunal Regional Federal, apesar de, diante do volume de provas apresentadas no processo, a tendência ser de uma nova condenação, o que colocaria o ex-prefeito no rol de inelegíveis. Um outro processo ligado ao caso, e do qual Paulo Cezar também é réu, pode ainda trazer mais dores de cabeça. Nesse sentido todo cuidado é pouco.
A situação preocupa, principalmente pelo fato do “azista” e ex-secretário de educação, Fabricio Faro, ser o responsável pelo distrato do contrato fraudulento, meses antes da deflagração de uma grande operação da Policia Federal que desbaratinou o esquema da gestão anterior. Ele portanto era sabedor das irregularidades contratuais ou pelo menos suspeitava. Acontece que em 2020 Fabricio se submeteu a ser vice na chapa de Paulo Cezar. A certeza de vitória eleitoral do ex-prefeito na ocasião pareceu ser suficiente para justificar tal atitude. Porém, o futuro mostrou que na politica não existe certezas, sobrando para Faro um forte questionamento moral da sociedade pela sua conduta politica.
A 1 e 6 meses das eleições, essas indefinições colocam o principal grupo de oposição ao Governo Joaquim Neto contra a parede. Sem nenhum candidato “pronto”, Paulo Cezar sempre foi uma alternativa de última hora, até pela necessidade do próprio ex-prefeito. Mas e agora? O que será do grupo?
Escrito por Caio Pimenta, advogado, âncora do programa Primeira Mão, da radio Ouro Negro 100,5 FM. Ele também escreve sua coluna no site News Infoco, do qual é editor- chefe e dirige a radio web 2 de julho.