O advogado Antonio Barreto, conhecido como Tonho Rato, em entrevista concedida a Rayner Freitas, expôs as vísceras do PDT em Alagoinhas e sua trajetória errática sob a liderança da vereadora Luma Menezes. Tudo começou ou degringolou com a disputa pela candidatura a vice-prefeito de Paulo Cezar na eleição passada. Naquele momento, se revelou a face autoritária dos Menezes, já que a presidente conta, como sempre, com o apoio do seu pai Ozeas Menezes, ex-vereador da cidade e mentor político da filha. Os fatos narrados por Tonho foram responsáveis por seu afastamento temporário da sigla trabalhista.

Os fatos são estarrecedores. Tonho Rato conta que Luma Menezes ao chegar para ser presidente do PDT foi muito bem recebida, mas afirmou que ela queria “formar uma comissão de partido com apenas três pessoas”, o que ele foi contra. Ele fala que, na candidatura de Luma a deputada Federal, em uma visita a determinada cidade, seu pai intencionou agredir Bruno Chaves, ex-presidente da sigla, e que em outra ocasião o ex-vereador Ozeas Menezes quase chegou as vias de fato com um outro correligionário, João Sena, militante do partido. Barreto narra também atos menores como o ocorrido com a professora Walterlícia Almeida, candidata a vereadora pelo partido nas eleições passadas, que em certa oportunidade marcou uma reunião na zona rural e que um dia antes, numa tentativa de esvaziar o evento da companheira sigla, Ozeas levou o candidato a prefeito Pulo Cezar na localidade, para inviabilizar o evento da mesma. A ação foi entendida como um boicote a companheira de partido que disputava o mesmo cargo que sua filha, Luma Menezes, reeleita vereadora da cidade.

Dra. Mariane Mercuri e seu esposo, Hermano Oliveira, também foram apontadod por Antonio Barreto como outras vítimas “dos Menezes” no comando do PDT. Segundo Tonho, ela era a candidata ideal para vice de Paulo Cezar, era mulher, ex-prefeita de Cardeal da Silva com vasto conhecimento de sua área de atuação, a medicina, contando com experiência como professora universitária, inclusive. Para ele, seria melhor opção que Roberto Torres, que vinha de uma gestão desgastada. Segundo Barreto, “os Menezes” foram com ele convidar Dra. Mariane para participar do grupo e depois se opuseram a seu nome na chapa de PC. Espalharam internamente a narrativa de que Mariane seria peça de Luiz Argolo e que entraria na chapa para, em caso de impedimento de Paulo Cezar, envolto a diversos processos judiciais, assumir a Prefeitura.

Outro nome também citado como vitima dos Menezes por Antonio Barreto foi o d o ex-vereador Alfredinho Menezes. Este, por não estar de acordo com o projeto da presidente da sigla, Luma Menezes, foi também “limado como vice”.

Tonho disse que hoje existem duas linhas antagônicas dentro do PDT, o que é normal e democrático, mas que com a mentalidade da presidente Luma Menezes ou se está de acordo com ela ou se sai do partido. “Que se procure saber o histórico desse grupo que já vem do Avante… Eu só peço que se for para, no ano de eleição, largar o PDT e pular para um galho onde se veja maiores ganhos, que se tenha a consideração por quem lhe recebeu de braços abertos, que não tenhamos uma luta fratricida” e continua: “se é que se quer construir… não uma autocracia fundamentalista travestida de vínculo religioso, aí eu estou fora, mas se é para construir, é possível, mas se é para perpetuar, eu respeito e se eu não conseguir criar um grupo que se imponha naquilo que eu acredito para o PDT, eu faço política sem partido, eu não tenho pretensão de ser candidato a nada, mas da forma… pra você ter uma ideia, que as decisões do PDT são tomadas, chegou um momento em que o presidente do PSDB votava nas decisões do PDT porque era cabo eleitoral da presidente”.

Existem mais implicações, segundo Barreto, a vereadora Luma diz em determinados momentos que o problema que existiu entre eles se deu por conta da ação deste para tirar o mandato dela. “Aí vamos perguntar a Luciana do SMTT quem se debruçou nos anais da jurisprudência para ajudar ela ser candidata à vereadora para ajudar a vereadora(Luma) a ser candidata. Aí eu pergunto ao pastor Ogivaldo que estava a me apoiar e me perguntou se tinha alguém que eu indicasse, eu poderia indicar Jorge Mendes ou Jaldice, mas eu disse: fique lá que é importante para o PDT. São testemunhas do que eu posso dizer Dr Igor, Alfredinho, Benedito Vieira, Barretinho Goes, Fecinho.”

Finalizou a entrevista afirmando ter uma boa relação com Paulo Cezar, para ele, uma boa alma, que tem milhões de defeitos como todo mundo: “quem não tiver que atire a primeira pedra”. E emendou: “Se podemos fazer política juntos, eu não sei, acho que não, mas não vou defenestrar….”

Paulo Dias é graduado em jornalismo pela ufba, especialista em pedagogia e mestre em cultura/letras pela uneb, pioneiro no trabalho de assessoria de comunicação na cidade e região, repórter da Assessoria da Previdência Social/Ba, assessor do SAAE. Realizou trabalhos em diversos jornais como o Gazeta dos Municípios e o Espresso 18. Atuou em produção de vídeos, programas de rádio e campanhas publicitárias institucionais.Participou da elabiração do Plano Municipal de Saneamento Ambiental e redigiu o projeto de captação de recursos para consolidar a Cooperativa de Catadores Resíduos Sólidos-CORAL. Atua também nas áreas de capacitação e de orientação monográfica.