Coordenadora da Biblioteca Nacional é investigada por racismo após retirar faxineiro de elevador

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A Polícia do Rio de Janeiro investiga se a coordenadora-geral de Planejamento e Administração da Biblioteca Nacional, Tânia Pacheco, cometeu crime de racismo na sexta-feira (10) ao pedir que um faxineiro uniformizado se retirasse do elevador social do prédio e usasse um cujas paredes são revestidas.

Na segunda-feira (13), o caso foi registrado na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância para apurar a ocorrência de crime previsto no artigo 20 da Lei Caó, que determina até três anos de prisão para a prática de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

Já em posse das imagens captadas pelas câmeras do prédio, a Polícia ouvirá Pacheco na semana que vem. Na quinta-feira (16), um inspetor esteve na sede da Biblioteca Nacional para intimar a coordenadora. Mas ela trabalha em outro endereço da fundação. O faxineiro, que se declara pardo, já prestou depoimento.

Segundo relatos, a coordenadora estava no hall principal da Biblioteca Nacional, no segundo andar do prédio, quando viu o faxineiro dentro do elevador social e pediu que se retirasse para que conversassem.

Funcionário de uma terceirizada, o faxineiro reagiu, afirmando em alto som que já cumpria aviso-prévio, e foi contido por um segurança.

Uma servidora perguntou a Pacheco se ela não estava com o coração partido ao assistir à retirada do rapaz e a coordenadora alegou que apenas pretendia orientá-lo sobre as normas da instituição.

O prédio tem dois elevadores recém-reformados, com capacidade para oito pessoas cada. Durante as férias, cerca de 1600 pessoas visitam a Biblioteca Nacional. Cerca de 60 trabalhadores de limpeza circulam por suas dependências diariamente.

Levado à administração da Biblioteca Nacional, o caso foi descrito como uma “não-ocorrência” pela procuradoria-geral da instituição.

Procuradas, a assessoria de imprensa da fundação e a coordenadora não se manifestaram. O caso corre sob sigilo.