O presidente da COP30, André Corrêa do Lago, afirmou na quinta-feira (31) que países têm pressionado o Brasil a transferir a sede da conferência climática da ONU de Belém (PA) para outra cidade, diante da cobrança de preços considerados abusivos pela rede hoteleira local. O evento está previsto para novembro de 2025.

A declaração foi feita durante encontro promovido pela Associação de Correspondentes Estrangeiros (AIE) em parceria com o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP), no qual o embaixador demonstrou preocupação com os impactos diplomáticos da situação.

“Há uma sensação de revolta, sobretudo por parte dos países em desenvolvimento, que estão dizendo que não poderão vir à COP por causa dos preços extorsivos que estão sendo cobrados”, afirmou Corrêa do Lago.

Segundo o diplomata, em alguns casos o valor das diárias foi multiplicado por até 15 vezes, o que tem dificultado a organização e provocado reações de delegações internacionais. “Se na maioria das cidades onde as COPs aconteceram os hotéis começaram a pedir o dobro ou o triplo do valor, no caso de Belém, os hotéis estão pedindo mais de 10 vezes os valores normais”, disse.

A crise se agravou após o negociador africano Richard Muyungi afirmar à agência Reuters que países chegaram a formalizar pedidos para que a conferência seja realocada. “Ficou público que países estão pedindo para o Brasil tirar a COP de Belém”, declarou Corrêa do Lago.

O presidente da COP30 afirmou ainda que os esforços para conter a escalada de preços continuam, mas alertou que parte do setor hoteleiro ainda não reconheceu a gravidade da situação. A capital paraense foi escolhida pelo governo federal como sede da conferência climática da ONU, em evento considerado estratégico para a diplomacia ambiental brasileira.

Preços assustam internautas

Nas redes sociais, um internauta compartilhou um print dos valores extratosféricos de aluguel de casas em Bélem para a COP30. Com valores ultrapassando R$ 700 mil.

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