A entrevista realizada pelo programa Primeira Mão com o deputado Federal Marcelo Nilo, nesta quinta-feira(12), pode esclarecer muito sobre o comportamento dos pré-candidatos a prefeito em Alagoinhas. Marcelo Nilo pode ser o candidato do PSB ao Governo do Estado em 2022, ele declarou isso abertamente como também afirmou estar de braços abertos para receber Paulo Cezar no partido e uma das razões apontadas é o fato dele estar liderando todas as pesquisas. Nilo de fato não perdeu viagem, ficou claro que ele está de olho no palácio de Ondina, portanto, é de suma importância ter um aliado seu comandando uma cidade do porte de Alagoinhas.
Paulo Cezar foi indiciado pela justiça com fortes evidências de improbidade administrativa, porém até agora este fato tem alterado pouco seus índices de intenção de voto. Tudo isso pode explicar porque Joseíldo Ramos e Radiovaldo Costa não se animam a se colocarem como pré-candidatos pelo PT, bem como a generosidade com Luciano Sérgio, que até aqui possui baixíssima pontuação nas pesquisas.
Marcelo Nilo também descartou completamente qualquer apoio da esquerda estadual a Joaquim Neto, incluindo-se o governador Rui Costa. Essa declaração é mais uma pá de cal na futura candidatura à reeleição do prefeito, que tem estado atrás de Paulo Cezar nas pesquisas e encontra dificuldades em articular alianças. A opção de Joaquim seria voltar humilhado para o reduto carlista, onde esteve durante toda a sua trajetória política, como enfatizou Nilo ou se declarar independente como se fosse uma jovem liderança insurgente e não um velho político enfronhado com tudo de bom e de ruim que existe nesse ambiente.
Uma eventual candidatura de Marcelo Nilo, em 2022, é uma clara(e inteligente) manobra para driblar o antipetismo, reproduzindo aqui a estratégia argentina. Nilo é de fato um nome com os predicados para o cargo, sete vezes deputado estadual, 10 anos consecutivos presidente da Assembléia Legislativa e a capacidade de ter bom relacionamento com politicos de esquerda como Joseíldo Ramos e de direita como Paulo Azi.
No entanto, Marcelo Nilo é um homem cordial e um atendente de demandas do povo, ele disse que gosta do povo e deve pensar como ele, de forma imediatista. Não se consegue ver Nilo como idealizador de algo novo, um renovador, um visionário, vide sua trajetória parlamentar. Irá enfrentar provavelmente ACM Neto que tem mudado, pelo menos, a cara do carlismo. Este também não apresenta novas ideias, mas demonstra um modelo de gestão atualizado.
A respeito do final de ano na Câmara dos Deputados, Nilo mantém sua posição de opositor a Bolsonaro, avaliando que a reforma da previdência só prejudicou os mais pobres, e que o corte na taxa de juros só beneficia os mais ricos, enfim faz um discurso de quem acha que vai se eleger só com os votos da esquerda, caso seja o candidato a sucessão de Rui Costa. Se Bolsonaro fizer a economia crescer e reduzir o desemprego terá que mudar de discurso. Quanto ao fundo eleitoral, considerou-o como única alternativa desde quando o financiamento privado de campanha foi extinto, mas é contra a ampliação dos valores a serem repassados, caso seja derrotado, pela maioria, em sua posição, usará de bom grado o dinheiro a mais.
Ponto importante da entrevista foi quando Marcelo Nilo parabenizou a qualidade da entrevista realizada pela bancada do Primeira Mão, na ocasião composta por Hugo Azi, Caio Pimenta e Luciano Reis. O deputado disse que a função do jornalista é apertar o político. Isso em Alagoinhas, em alguns veiculos, é considerado ofensa pessoal.
Por Paulo Dias com a colaboração de Caio Pimenta para o News Infoco





































