Já dizia o ditado ‘quem tem dois, tem um. Quem tem um, não tem nenhum’. Pois bem, para realidade de Alagoinhas esse ditado não se aplica, na verdade aqui ‘quem tem dois, não tem nenhum’. Me refiro aos nossos representantes na Câmara dos Deputados, os deputados que se dizem filhos da terra, Joseildo Ramos(PT) e Paulo Azi(DEM).
Desde a última sexta-feira(10), Alagoinhas se vê envolta a uma polêmica com relação a um decreto estadual que interfere em assunto de interesse local, o que, a priori, infringiria a autonomia de competência dos entes federados, e que traz efeitos catastróficos para a classe produtiva da cidade. Me refiro ao fechamento do comércio de Alagoinhas, comércio este responsável por 50% do PIB local.
Diante dos prejuízos dos comerciantes e do ataque aos interesses locais, os deputados Joseildo Ramos e Paulo Azi preferiram o silêncio. Silêncio esse que representa, sobretudo, omissão, falta de interesse.
Alagoinhas tem uma representação politica, apenas formal, pois de fato está abandonada. Nesta pandemia, o que foi feito por Alagoinhas? Quantos leitos de UTis foram criados? Quantos hospitais de campanha foram entregues para a população? Nada.
A pressão ou influencia politica dos representantes da cidade perante o governo estadual é nula.
Enquanto comerciantes se afogam em dívidas, se desdobram para achar um meio de não promover mais demissões, ou até falirem, os deputados, de duas correntes ideológicas distintas(pelo menos é a imagem que buscam ter), simplesmente nada fazem com o espaço que possuem na tribuna da Câmara Federal. Mas nem uma notinha em uma rede social foi dada.
À que serve ao povo de Alagoinhas ter representantes que não brigam pela classe produtiva, pela empregabilidade, pelas pessoas que estão sofrendo com o desemprego ou com a queda de suas rendas?! Até agora o que se observa é o trabalho de ambos para satisfazerem interesses pessoais ou de seus respectivos grupos políticos, relegando o povo de Alagoinhas uma posição terciária de seus respectivos mandatos(primeiro vem os interesses pessoais, em segundo os interesses partidários).
Há muito eu venho alertando o povo de Alagoinhas para a necessidade da renovação de nossos quadros políticos. Chega de políticos tradicionais que já mostram o mofo corroer suas forças, sua iniciativa. Políticos que afundados em vaidades, no comodismo, se esquecem da população para estar bem na fita com os seus aliados, com os seus partidos, sempre pensado em sua reeleição ou em espaços nos governos.
Tragicamente, o atual prefeito da cidade, Joaquim Neto, é oposição a ambos. Será que o desprezo deles por esta cidade provém disto?!
Alagoinhas não tem alguém que brigue por seus interesses. Perdemos espaço no estado, perdemos importância no PIB do estado, nos apequenamos na mesma proporção da pequenez de nossa representatividade politica.
Parafraseando o meu colega de bancada no programa Primeira Mão, José Gomes, TRISTE ALAGOINHAS.
Escrito por Caio Pimenta, bacharel em Direito, radialista, comentarista do Programa Primeira Mão da rádio Ouro Negro FM 100,5 FM e rádio 2 de Julho. Ele também é editor-chefe do site News Infoco