Os deputados Carlos Jordy (PSL/RJ) e Filipe Barros (PSL/PR) vão apresentar ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ) um requerimento para criar Comissão Parlamentar de Inquérito que investigue a interceptação, a violação de sigilo e a divulgação de conversas entre o ex-juiz Sérgio Moro e procuradores da Operação Lava Jato.

Neste domingo, 9, o site The Intercept Brasil publicou o conteúdo vazado de supostas mensagens trocadas por Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol. O site publicou, ainda, diálogos entre procuradores. A força-tarefa da Lava Jato reagiu às reportagens e afirmou que ‘seus membros foram vítimas de ação criminosa de um hacker que praticou os mais graves ataques à atividade do Ministério Público, à vida privada e à segurança de seus integrantes’.

Segundo a assessoria de Imprensa do deputado Carlos Jordy, os parlamentares farão ‘uma força tarefa’ nesta terça-feira, 11, para coletar as 171 assinaturas necessárias para a CPI. Jordy e Barros indicam que os dados ‘obtidos de maneira ilícita violam a privacidade’, mas ‘se mostram ainda mais graves’ por conta da relação com membros da força-tarefa em Curitiba, indicada pelos parlamentares como ‘a maior operação anticorrupção da história do Brasil’.

Segundo os deputados, as conversas foram expostas na imprensa com ‘o intuito de denegrir a imagem do ministro Sérgio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o procurador Deltan Dallagnol’. Os parlamentares dizem que é ‘imprescindível’ e cabe à Câmara investigar os motivos e os ‘possíveis mandantes, executores e beneficiados’ pelo ‘ataque à própria soberania do Estado brasileiro’. “Cabe à Câmara apurar possíveis mandantes, executores e beneficiados com o crime. Caberá à CPI investigar as atividades dos responsáveis pela criminosa interceptação e divulgação de conversas ocorridas entre procuradores da República, juízes federais e o ministro Sérgio Moro”, dizem os deputados.

A Comissão Parlamentar de Inquérito seria composta por 27 titulares e teria 120 dias para concluir as investigações.

Estadao