Desembargador que condenou Lula diz que corrupção é estimulada pela impunidade

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O desembargador do Tribunal Regional da 4ª Região, do Paraná, João Pedro Gebran Neto, avaliou na manhã desta quinta-feira (22) que a impunidade é a principal “chave” para a continuidade dos casos de corrupção no Brasil.

Em palestra no Simpósio Nacional de Combate à Corrupção, em Salvador, ele, que foi um dos juízes que condenaram o ex-presidente Lula na segunda instância, lembrou o exemplo do ex-deputado Paulo Maluf (PP-SP). “O Brasil é suscetível a isso porque vivemos crise de valores éticos e morais, deficiência na educação, falência moral do Estado… Foi dito que esse ambiente de práticas criminosas gera outras práticas criminosas e que temos que confiar nas instituições do Estado. E no Brasil não podemos confiar nas instituições.

O grau de credibilidade é extremamente baixo. Temos um ambiente de impunidade. E a impunidade anima qualquer pessoa a praticar o ilícito, porque sabe que os mecanismos jurídicos no Brasil, e o próprio funcionamento do sistema legal, vão permitir, principalmente aos mais poderosos, livrarem-se das suas responsabilidades penais”, ponderou.

Ainda de acordo com Gebran, a Operação Lava Jato permitiu “que no Brasil colocássemos luz na sombra da corrupção”. Por outro lado, citou que na Itália, palco da Operação Mãos Limpas, surgiram projetos que limitaram a ação do Estado, o que gerou descrédito na população, o mesmo que tem acontecido no Brasil, por meio de projetos como o do abuso de autoridade e a difusão das fake news.