Se for escolher o nome de destaque da política alagoinhense nesse mês de janeiro, o de Roberto Torres(o vice dos sonhos dos candidatos à direita) com certeza deve ser lembrado. Pré-candidato a prefeito pelo PRB, tem trânsito em praticamente todos os partidos, fruto da maneira cordial e imparcial que sempre guiou suas ações como vereador e como presidente da Casa. A cada encontro de Roberto Torres com um outro pré-candidato, logo levanta-se a possibilidade de uma união, seja com o prefeito Joaquim Neto, que busca reeleição, seja com o ex-prefeito Paulo Cezar, que quer retornar.

Porém, acompanhando-o em expectativa e repercussão das ações e falas, é coerente citar Juscélio Carmo. Ele voltou a ser noticia com as conversas em torno de uma futura aproximação sua com o DEM. Considerando a tradição, os “Carmos” sempre estiveram distantes do carlismo, mas de uns anos pra cá, vêm se aproximando dessa vertente mais a direita, que sempre comandou o DEM, antigo PFL.

Juscélio é um nome que tem lisura, coragem e ideias. Roberto Torres tem lisura e bom senso. Juscélio mostra familiaridade com os microfones e uma visão de administração, em termos de infraestrutura, bem definida. Ele também sustenta, devido a sua postura de independência, a tese de que vencerá a próxima eleição um azarão, alguém que não está no momento em evidência nas pesquisas.

Essa tese de Juscélio começa a fazer sentido, segundo Caio Pimenta, comentarista do Programa Primeira Mão, quando se observa o desgaste politico das lideranças e forças politicas tradicionais. Ele cita como fatores de desgaste o envolvimento de Jacques Wagner na Lava Jato e os casos de corrupção envolvendo o PT, fazendo sombra sobre Luciano Sérgio, o processo criminal a que Paulo Cezar responde e a impopularidade do gestor Joaquim Neto, que anuncia soluções para problemas como se estivesse no primeiro ano de governo, sem considerar que seus três primeiros anos não agradaram boa parte da população e mereceu fortes críticas dos vereadores e de parte da imprensa local. Juscélio fala que ganhará um quarto nome, isso abre então uma disputa paralela praticamente entre Fabrício Faro, Tonho Rato, João Henrique e o próprio Juscélio.

Outros nomes podem ser incluídos, Raimundo Barreto do PSOL, se abandonar a postura de satélite do PT que caracteriza seu partido nacionalmente. O Dr. Antonio Gomes, caso mostre que suas propostas inovadoras são exequíveis. Adrião Barbosa, na condição de convencer que seus vários anos de sindicato melhoraram a vida dos comerciários e das comerciárias e se mostrar de forma transparente como foi administrada a entidade classista.

Caio Pimenta lembrou durante o programa Primeira Mão desta quarta-feira(22) que Paulo Cezar lidera as pesquisas em um contingente de 50% de eleitores que manifestaram alguma preferência eleitoral. Os outros 50% não têm candidato, não se empolgam ou não conhecem, pelo menos, parte dos nomes apresentados. Para Caio, pós-carnaval, o quadro começará a ganhar contornos. A esquerda definirá se o PT vai ser cabeça de chapa ou se os outros partidos vão em bloco reivindicar com sucesso o protagonismo, pela primeira vez, em quatro décadas. A direita decidirá também se vai sair de roupa nova ou de roupa velha.

Por Paulo Dias para o News Infoco