Após o empresário Domingos Pereira se pronunciar sobre a derrota do vereador Anderson Baqueiro na Justiça (leia aqui), o presidente do Sicomércio-Alagoinhas, Benedito Vieira, entrou em contato com este site News Infoco para se pronunciar sobre a ação. Para Benedito “é lamentável que vereadores usem a Justiça para levantar recursos financeiros com denúncias infundadas”. Ele se refere ao pedido de indenização no valor de R$ 44 mil pleiteado pelo vereador Anderson Baqueiro por supostos ataques a sua imagem. O pedido foi negado pela Justiça.

Para o presidente do sindicato patronal do comércio de Alagoinhas e região é também lamentável que a “Câmara de Vereadores, que deveria representar a população, tenha entre seus componentes, figuras que patrocinam ações contra meios de comunicação que informam os problemas da cidade, contra os empresários e contra lideranças empresariais que defenderam atração para indústria”. Além da ação movida por Anderson Baqueiro, julgada improcedente, outros vereadores da base governista moveram uma ação penal contra empresários e jornalistas. São eles os vereadores: Edy da Saúde, Gode, Juracy, Djalma Santos, Anselmo Bal, Jorge da Farinha, Codoro, Márcio da Cavada, além do próprio Anderson Baqueiro. Eles alegam ter sido vítimas de calúnia e difamação. A ação foi rejeitada pelo juizado especial criminal e remetida para Justiça Comum

O presidente do Sicomércio disse também que não se arrepende do que fez e “que faria tudo novamente na defesa dos interesses da cidade, caso a Câmara de Vereadores se coloque como entrave”.

Entenda o caso

A polêmica é em função da discussão do Projeto de Lei 017/21 que trata da doação de um área de 48 mil metros às margens da BR 101 para a indústria de refrigerantes Dore instalar sua unidade fabril em Alagoinhas, gerando cerca de 500 empregos indiretos e 130 empregos diretos.

O projeto que tramitava desde dezembro do ano passado e possui apenas duas páginas foi retirada de pauta na sessão parlamentar do último dia 22, após 9 vereadores da base governista pedirem vistas ao projeto. A justificativa para o pedido de vistas, segundo o presidente da Comissão de Orçamento da Casa, Anderson Baqueiro, foi a falta de informações acerca do volume de investimentos, o numero de empregos que seriam gerados e a contrapartida da empresa.

Pediram vistas ao projeto os vereadores Anderson Baqueiro (DEM), Gode (DEM), Juracy (PROS), Djalma Santos (Republicanos), Anselmo Bal (Republicanos), Jorge da Farinha (PL), Professor Arão (PL), Codoro (MDB) e Márcio da Cavada (PP)

A demora para apreciar um projeto de apenas duas páginas causou revolta na população alagoinhense, sobretudo em setores do comércio, que temiam a desistência da vinda da empresa para o município diante da letargia do processo de aprovação.

Em entrevista concedida ao programa Primeira Mão, da rádio Ouro Negro 100,5FM, o presidente do Sicomércio, Benedito Vieira, chegou a mencionar as conversas que passaram a circular na cidade, após a decisão dos 9 vereadores da base. “A quem diga na cidade que a revolta dos vereadores é saber a exatidão da quantidade de empregos para que cada um indique 20 ou 30 funcionários. Outros dizem que cada vereador da base quer R$100 mil para aprovar o projeto”, disse Benedito.

Já Domingos Pereira, em artigo publicado no site primeradioweb, e também repercutido por este News Infoco, questionou a capacidade de interpretação e entendimento dos 9 vereadores sobre o tema. “Me pergunto, qual a dificuldade em aprovar um projeto tão simples? Segundo vários estudos, o principal deles é da Universidade de Cambridge, em que participaram 160 mil voluntários, descobriu que a velocidade média de uma pessoa normal para se ler uma página é de um minuto, então, em média os nossos vereadores precisariam de apenas 2 minutos para ler e entender o projeto de concessão de terreno á fabrica Dore Refrigerantes.” e concluiu, “no meu entendimento está faltando conexão cognitiva dos nossos edis”.

A fala dos empresários repercutidos por este News Infoco causou a ira dos edis e jogou uma tremenda pressão popular sobre a Casa Legislativa.

Acuados e visivelmente incomodados com a pressão popular, os vereadores votaram por unanimidade a concessão do terreno à empresa Dore no dia 10 de março, ao mesmo tempo que utilizaram a sessão para atacar setores da imprensa e do empresariado.

Após esta sessão vários vereadores da base, incluindo Anderson Baqueiro moveram ações na Justiça contra empresários e jornalistas.

Por Caio Pimenta para o News Infoco