A história recente da eleição para o governo da Bahia registrou alguns resultados impressionantes, com reações dos candidatos que vinham em segundo lugar e as porcentagens das urnas desmentindo as pesquisas de intenção de voto. No entanto, uma eventual vitória de Zé Ronaldo (DEM) contra Rui Costa (PT) este ano representaria uma virada sem precedentes.
De acordo com a pesquisa Ibope divulgada pela TV Bahia nesta quarta-feira (26), Rui tem 61% das intenções de voto, contra apenas 10% de Zé Ronaldo. Apesar do próprio Rui, em 2014, e Jaques Wagner, em 2006, terem aparecido em desvantagem a poucos dias da eleição, nenhum deles teve que reverter um cenário tão negativo quanto Zé Ronaldo tem à sua frente.
Em 2006, a seis dias da eleição, Paulo Souto já apresentava declínio, mas tinha 48% das intenções de voto, segundo o Ibope – 2% a menos que em um levantamento divulgado duas semanas antes. Enquanto isso, Wagner registrava 31% – 5% a mais que no estudo anterior.
Em 2014, o mesmo Ibope apontava um cenário semelhante. Paulo Souto estava na liderança com 43% das intenções de voto, enquanto Rui Costa, em sua primeira candidatura ao governo, tinha 27%. Tanto neste caso como em 2006, quem estava em segundo acabou sendo eleito no primeiro turno.
Segundo o historiador político Carlos Zacarias, esse fenômeno das urnas desmentirem as pesquisas é mesmo recente. “As únicas situações em que pesquisas indicaram um cenário e as urnas apontaram outro foram nas últimas eleições”, lembrou em entrevista ao Bahia Notícias nesta quinta-feira (27).
Zacarias lembrou inclusive que em eleições mais remotas as pesquisas de intenção de voto sofriam mais limitações que poderiam prejudicar os resultados. Além disso, ele apontou que os recentes resultados inesperados para o governo são provavelmente uma exclusividade baiana. “Nessa dimensão, sim. Não tenho conhecimento de que em algum outro estado isso tenha acontecido, pelo menos não entre os maiores, com repercussão nacional”, disse.