Após anunciar na última quinta-feira(25) que decretaria a caducidade do contrato com a Viação Cidade das Águas, o prefeito de Alagoinhas agora tenta resolver um novo desafio: quem irá assumir as linhas.

Com um modelo tarifário deficitário, o site News Infoco apurou que nenhuma empresa se interessou por assumir as linhas, hoje operacionalizadas pela Viação Cidade das Águas. Diante dessa realidade, a prefeitura não pôde decretar oficialmente a caducidade do contrato, ao mesmo tempo tem negociado com a ATP a concessão do lote 2, porém a ATP também tem se mostrado refratária.

Como o News Infoco já tinha adiantado, em matéria publicada na última quinta-feira, os administradores da ATP só aceitam assumir as linhas, caso haja mudanças no sistema. Eles não abrem mão de medidas como o fim da lei municipal que garante a gratuidade para idosos entre 60 e 65 anos e uma politica municipal de subsidio que permita a viabilidade do serviço.

Os administradores da ATP alegam que no edital foi prometido cerca de 600 mil passageiros/mês e na realidade hoje o serviço transporta metade desse público, tornando o serviço deficitário. Os empresários também reclamam da ação do sindicato. Na última sexta-feira, por exemplo, o sindicato paralisou todo o sistema de transporte, em protesto ao atraso nos salários dos rodoviários da Cidade das Águas. Apesar de não ter nada haver com a contenda, a ATP também foi alvo da ação. Em conversa com o News Infoco, um dos administradores da ATP calculou um prejuízo de cerca de R$ 20.000,00 com a paralisação.

Em Salvador, o prefeito Bruno Reis, passa por um problema parecido. Ele decretou a caducidade no contrato de um dos consórcios que operavam na capital. Lá também o prefeito não encontrou nenhuma empresa interessada e a prefeitura terá que assumir as linhas, gerando um prejuízo inicial de R$10 milhões aos cofres municipais e uma briga com o sindicato, devido ao modelo de contratação que a prefeitura quer impor.

No caso de Alagoinhas, qualquer tipo de gasto extra é impensado. Os problemas com  arrecadação, devido a implementação de medidas restritivas à atividade comercial, aliada aos gastos crescentes no combate ao virus, torna difícil qualquer tipo de investimento público para assumir o sistema.

Diante deste impasse, o prefeito Joaquim Neto(PSD), junto com sua equipe de governo, estuda uma saída para a crise.

Por Caio Pimenta para o News Infoco