O empresário Raimundo Stelio, administrador da Viação Cidade das Águas, tem demonstrado disposição para negociar o pagamento dos salários atrasados de seus funcionários. Fontes relataram a este News Infoco que nos próximos dias o empresário deve fazer uma proposta formal ao sindicato e se reunir com a prefeitura para negociar a permanência da empresa no sistema de transporte urbano da cidade.
Embora o prefeito já tenha anunciado publicamente que decretaria a caducidade do contrato com a empresa, nada foi publicado no diário oficial. Nenhuma outra empresa demonstrou interesse em assumir as linhas exploradas pela Viação Cidade das Águas, o que frustrou a tentativa do governo em dar um desfecho à esta celeuma que já se arrasta há meses.
Também incomodou o prefeito, o fato da ATP ter feito exigências para assumir as linhas. Ela que já opera o outro lote sistema afirma que já acumula prejuízos com as linhas que já opera e assumir as linhas deficitárias do outro lote só aumentaria seus prejuízos. A ATP só aceitaria assumir as linhas, caso algumas mudanças, que diminuiriam o déficit no serviço, fossem implementadas.
O prefeito Joaquim Neto tem tido dificuldades para tomar uma solução. Diante da falta de decisão do gestor, aliados políticos tem tentado influenciar a decisão do mandatário municipal, que possui na mesa três opções: Decretar a caducidade do contrato da Viação Cidade das Águas e ceder as exigências da ATP, extinguir a licitação, ou aceitar um acordo e permanecer com a Viação Cidade das Águas no sistema.
No primeiro caso, a ATP pede o fim da gratuidade para idosos entre 60 e 65 anos, o que dependeria de aprovação de lei na Câmara de Vereadores, a implementação do sistema de integração das linhas de ônibus, a edição de uma legislação anti-fraude no passe e um modelo de subsidio ao sistema por meio de compra de passes para funcionários das empresas terceirizadas e funcionários da prefeitura em substituição ao adicional de vale-transporte pago para esses trabalhadores em dinheiro. A ação encontra resistência do sindicato dos funcionários públicos municipais.
No segundo caso, a extinção da licitação recolocaria o sistema de transportes no modelo como era antigamente, com um agravante. Juristas consultados por este News Infoco veem nessa atitude a possibilidade da empresa Xavier exigir uma indenização milionária, já que com a vigencia da atual licitação, eles foram impedidos de continuar operando no sistema. As cifras podem chegar as dezenas de milhões de reais e gerar um passivo para a prefeitura que será sentido nos próximos governos, com o consequente comprometimento do orçamento municipal. As empresas que fazem parte da licitação, seguem os juristas, também poderiam requerer indenizações por quebra de contrato exigindo uma espécie de restituição dos prejuízos sofridos.
Por último, o acordo com a Viação Cidade das Águas é visto como uma forma do governo resolver a questão do pagamento dos rodoviários e não se indispor com o empresário Raimundo Stélio, que detém a simpatia do empresariado alagoinhense e grande parte da imprensa local. Esse acordo começa a ser costurado, inclusive, com a participação direta de alguns vereadores da cidade. A atitude, porém, pode representar um revés politico incalculável ao prefeito que terá que voltar atrás em um anuncio feito publicamente em uma emissora de televisão de alcance regional.
Enquanto as pressões sobre o prefeito Joaquim Net(PSD) só aumentam, a falta de um desfecho rápido para esta crise prejudica cada vez mais o seu governo.
Por Caio Pimenta para o News Infoco