A ex-presidente nacional do PT e atual ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo Lula, Gleisi Hoffmann, disse achar “muito difícil” que uma possível ruptura entre o PSD com o governo Lula afete o cenário eleitoral na Bahia.

Em entrevista à rádio Metrópole, na última sexta-feira (10), Hoffmann projetou que a campanha de reeleição de Lula em 2026 deverá seguir com os apoios de 2022, com partidos como PV, PCdoB, PSB e PDT. A ministra e deputada federal licenciada deu uma declaração que vai na mesma linha do que o cacique do PSD no Estado, senador Otto Alencar, vem reiterando em entrevistas: que o partido marchará com Lula em 2026.

“Lá atrás a gente teve PROS, teve Solidariedade e outros partidos menores. E tivemos parcelas, por exemplo, do MDB. O MDB do Nordeste e do Norte praticamente veio todo com o Lula desde o primeiro turno. Assim como tivemos parcela do PSD, que eu também acho que pode vir. Kassab diz que o Ratinho Jr. vai ser o candidato deles, mas o Otto [Alencar] já disse que o Ratinho dificilmente entra aqui na Bahia. Então, ele vai estar com o Lula”, afirmou.

Chapa puro-sangue

Sobre uma possível chapa puro-sangue com Jaques Wagner (PT), candidato à reeleição, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), disputando uma das duas cadeiras para o Senado, Gleisi Hoffmann disse ser “muito cautelosa em dar opinião sobre o cenário da Bahia” para depois completar que “quando era presidente do PT costumava dizer que ‘a Bahia a gente olha e aprende’”.

Segundo a ministra, a Bahia construiu um processo do ponto de vista do PT, do presidente Lula, de muito sucesso. “Vamos lembrar que Jaques Wagner quando se lançou candidato [a governador] tinha 3% [das intenções de voto]. O presidente Lula dizia ‘nem eu acreditava que Jaques Wagner iria para algum lugar’”, lembrou.

Gleisi elogiou a capacidade do senador petista de articulação, citando que ele foi eleito e reeleito governador, assim como o seu sucessor, Rui Costa. “Nessa última eleição [2022] nós estávamos para morrer porque o Jaques era o nosso candidato a governador. Aí ele disse assim: ‘Eu não vou ser candidato’. A gente ficou ‘Jesus, e agora, o que nós vamos fazer’. Aí tentaram o Otto, que disse que também não. Aí disseram nós vamos lançar o Jerônimo. Eu disse, ‘Jaques, eu não vou me meter, não, porque vocês sabem o que fazem’. Então, a Bahia é um case de sucesso. A gente sempre observa e diz ‘o que eles decidirem na Bahia é porque eles sabem mexer no doce’, frisou.

 

Carine Andrade, Política Livre