O Governo municipal, por meio da secretaria municipal de desenvolvimento econômico e meio ambiente, protocolou hoje(24) pela manhã documento contendo respostas aos questionamentos formulados pela Comissão de Orçamento da Casa sobre o projeto de concessão de um terreno para a construção da fábrica da Dore Refrigerantes no municipio.

Na sessão da última terça-feira(22), após o projeto que contém 2 páginas passar 60 dias tramitando na Câmara, o presidente da Comissão de Orçamento, Anderson Baqueiro, em posse de um requerimento assinado por nove vereadores da base governista, solicitou pedido de vistas ao projeto, evitando assim que o mesmo fosse aprovado naquela oportunidade. Votaram favorável ao pedido de vistas os vereadores Anderson Baqueiro (DEM), Gode (DEM), Juracy (PROS), Djalma Santos (Republicanos), Anselmo Bal Republicanos), Jorge da Farinha (PL), Professor Arão (PL), Codoro (MDB) e Márcio da Cavada (PP).

No documento entregue hoje à Comissão de Orçamento após 2 dias de sua solicitação, o Governo responde questões relativas ao valor de investimento do Grupo empresarial no empreendimento e enumera os impactos positivos no desenvolvimento econômico do município com a vinda de uma nova indústria, tanto na geração de empregos, quanto no incremento da arrecadação de tributos. Também é apresentado cópias da planta da fábrica que será construída pela empresa.

Na sessão parlamentar da última terça-feira, a Comissão de Constituição e Justiça da Casa, presidida pelo opositor Luciano Almeida(DEM), apresentou parecer favorável ao projeto de concessão do terreno. Ainda durante a sessão, a bancada oposicionista anunciou que votaria em bloco para aprovação do projeto e solicitou celeridade no processo de votação. Porém, a base governista, que é maioria na Casa, travou a matéria. A manobra, que pegou a todos de surpresa, por ser um fato inusitado(a base votando contra o interesse do Governo, enquanto a oposição vota a favor) causou revolta em representantes de diversos segmentos sociais, principalmente a classe empresarial, que teme que a demora na apreciação do projeto possa influenciar na decisão do Grupo Empresarial de desistir do negócio.

Nos bastidores, a postura da base tem sido vista como um recado ao próprio Governo que sofre com a evidente falta de articulação politica. A ameaça de uma rebelião na base expôs uma fragilidade no “controle” da Casa que aparentemente o Governo demonstrou possuir ao conseguir aprovar projetos polêmicos como a manutenção do novo código tributário e a autorização para contrair um empréstimo de R$ 50 milhões.

Nas ruas da cidade, e até em redes sociais, populares fazem menções negativas a postura dos edis indicando que há uma tentativa de se “criar dificuldades, para se colher facilidades”. Vereadores da base, inclusive, demonstraram publicamente sua insatisfação a estas insinuações durante a sessão parlamentar.

Entidades de classe e de representação da sociedade civil organizada como as Forças Empresariais(ACIA, Sicomércio, CDL) e a UAMA já anunciaram que irão se mobilizar pela celeridade na aprovação do projeto. É esperado que outras entidades se posicionem no mesmo sentido nos próximos dias. A intenção é promover uma grande mobilização na cidade, com apoio popular, para evitar que Alagoinhas perca a vinda de uma fábrica que deve gerar ao menos 630 empregos diretos e indiretos na cidade.

Por Caio Pimenta para o News Infoco