No último domingo (9), o ator, cantor e compositor John Legend venceu o prêmio de Melhor Programa de Variedades no Emmy Awards pelo seu trabalho no especial Jesus Christ Superstar. Seria apenas mais uma das estatueta do evento, que entregou os chamados prêmios preliminares (a cerimônia oficial é no próximo dia 17), não fosse por um fator a mais: com isso, Legend se tornou o primeiro homem negro a conquistar o Egot.
“Eg” o quê? Calma, a gente explica.
Faturar um Egot, para um artista, é como ganhar os quatro torneios de Grand Slam, para um tenista. A sigla se refere aos prêmios Emmy, Grammy, Oscar e Tony, prêmios máximos da televisão, da música, do cinema e do teatro nos Estados Unidos, respectivamente.
Além da conquista recente, Legend possui 10 Grammys e um Oscar, que veio em 2015 pela canção “Glory”, do longa Selma. A láurea teatral foi no ano passado, com o espetáculo Jitney.
Outro fato memorável: Andrew Lloyd Webber e Tim Rice, que venceram ao lado do cantor, também conquistaram o Egot. Foi a primeira vez em que mais de duas pessoas conseguiram a proeza no mesmo ano.
A quadra do sucesso
O primeiro artista a completar o “bingo das artes” foi o compositor americano Richard Rodgers, ao vencer um Emmy em 1962. Naquela época, a sigla sequer existia. Quem a inventou foi o ator Philip Michael Thomas, durante a década de 1970, que declarou que queria entrar no seleto público, porém nunca conseguiu.
Rodgers levou 17 anos para atingir a meta (ele ganhara o Oscar em 1945). John Legend a cumpriu em 12 anos, apenas dois a mais que o compositor Robert Lopez, o mais rápido a vencer as quatro premiações. Outros artistas conhecidos que ganharam o Egot são Audrey Hepburn, Mel Brooks e Whoopi Goldberg.
Vale lembrar que só entra na contagem quem garantiu todos os prêmios em categorias competitivas, que excluem homenagens e prêmios por conjunto da obra. Não fosse por isso, grandes nomes do entretenimento poderiam entrar, como Barbra Streisand, James Earl Jones e Liza Minelli. O Mentalfloss criou uma lista de pessoas com boas chances de conseguir – e quem chegou bem perto.
Por Rafael Battaglia para a revista Superinteressante