Em participação ao Primeira Mão, nesta terça-feira, 3, a vereadora de Alagoinhas, Juci Cardoso repudiou com veemência a agressão verbal desferida pelo secretário de Saúde do Estado, Fábio Vilas-Boas, a chef de cozinha Angeluci Figueiredo do restaurante Preta em Salvador, xingando-a de “vagabunda”. Ela reprovou o silêncio e a naturalização do ato pelo governador do Estado e pelas lideranças políticas que não deram a devida atenção ao episódio, em um estado que figura como o terceiro mais violento com relação as mulheres.
Juci Cardoso acredita que tanto violência cometida quanto a conivência é que fazem com que mulheres sejam espancadas e mortas. Para a vereadora, a agressão verbal não pode ser minimizada. Segundo ela, se não houvesse esse tipo de pessoa, a violência contra mulher não existiria. Juci considerou que o mais grave foi ele tentar justificar pelo Twitter o injustificável. A vereadora afirmou ainda que os homens ao invés de cobrar posicionamento das mulheres deveriam se posicionar contra esse tipo de postura e cobrar que a lei seja efetivada.
Caio Pimenta afirmou que essa luta é de toda a sociedade e que os homens devem se empenhar ao lado das mulheres para levá-la adiante e ter o êxito esperado. Ele citou o exemplo do delegado Luciano Lima de Inhambupe que é uma referência para todos os homens públicos e agentes de segurança no sentido de combater o machismo, que é um comportamento e uma cultura inevitavelmente violenta, pois acredita na inferioridade da mulher e no direito de posse do homem sobre elas. Juci Cardoso aproveitou a oportunidade para divulgar Audiência Pública para a execução de um Plano Municipal de Políticas para as Mulheres que ocorrerá na próxima quinta-feira, 5, na Câmara de Vereadores.
O comentarista Chico Reis elogiou a postura da vereadora que não tem amarras políticas e é intransigente com as questões que considera erradas. Disse ainda que, em um momento de grande mediocridade legislativa no município e de subserviência na política, a vereadora é um exemplo ao manter suas fortes opiniões e não se subordinar ideologicamente. José Gomes lembrou da luta de um grupo, que tinha presença da vereadora Sônia de Picolé, por meio de vários debates com representantes das mulheres na Assembleia Legislativa, para conseguir a implantação da Delegacia Especial de Assistência à Mulher- DEAM- para o município.
Para Gomes a mulher não pode ser achincalhada nem maltratada e todo aquele que pratica violência contra sua parceira é um covarde que merece ir para cadeia. Ele afirmou ainda que é inadmissível um homem que passou nove meses no ventre de uma mulher e que foi cuidada com carinho por ela volte-se contra alguém do gênero feminino de forma agressiva.
Por Paulo Dias para o News Infoco