Vestir um santo para desvestir o outro, esse parece ser o norte das ações do governo do estado da Bahia no combate ao coronavírus. Se antes isso ficava restrito à criação de leitos de UTIs exclusivos para os pacientes infectados pelo coronavírus, a despeito dos pacientes acometidos por outras enfermidades, o negócio agora atinge um nível mais alto.

Tudo bem que devemos concentrar nossos esforços no combate ao coronavírus, mas não ao ponto de desprezar o resto. Feliz seria o mundo, e em especial nossa querida Alagoinhas, se apenas o coronavírus fosse nosso problema de saúde pública, mas não é. E aqui quero chamar atenção ao surto de zika e chikungunya que se abateu sobre a cidade.

Tenho que trazer este assunto à tona, pela negligencia observada pelos órgãos de saúde, em especial a secretaria de saúde e o Núcleo Territorial de Saúde Nordeste – NRS – no tocante a este mal que tem afetado os alagoinhense, tanto quanto o coronavírus. Aos infectados pela zika e chikungunya, quem estendeu a mão?!

Ao contrário, em um momento desses, discuti-se um lockdown na cidade por 7 dias, sem até o presente momento ser apresentado um plano efetivo de reforço do sistema de saúde para a população. Ou seja, querem confinar as pessoas junto ao mosquito que transmite essas doenças. É como que se os órgãos de saúde dissesse para você leitor, “olha ,coronavirus você não pode pegar, mas zika e chikungunya tá liberado”. Pode isso?!

Aonde estão as reuniões entre Secretaria de Saúde e Núcleo Regional de Saúde para desenvolver ações de combate ao mosquito da dengue, o mesmo que transmite a zika e chikungunya. Pessoas estão sendo infectadas aos montes, inclusive os idosos, que já no avançar da idade são expostos a conviver com as terríveis dores, um dos sintomas das doenças citadas.

É ilógico, é desumano.

O Governo do Estado se nega a fazer um convênio que permitiria Alagoinhas ter 20 novos leitos de UTI. Sim, me refiro aos leitos de UTI do HCA. Ao não fazer o básico, recorre à exceção, o lockdown. Despreza os efeitos econômicos dessa medida, da mesma forma que demonstra incapacidade de demonstrar à população a contrapartida que ela terá.

Nesse período de lockdown, quantos novos leitos de UTI serão criados em Alagoinhas? Como ficará as pessoas que precisam receber o auxilio emergencial, comprar comida, pagar contas, trabalhar para ter o seu sustento diário durante esse período? Quantos novos profissionais de saúde serão contratados para auxiliar no combate ao virus? E a testagem em massa ocorrerá? Eles não respondem a estes e outros questionamentos, talvez porque nem respostas tenham.

A mesma incapacidade que demonstram em apontar caminhos e ações efetivas para a população da cidade no combate ao coronavírus, é observada no combate ao mosquito da dengue. E aí que temos que relembrar o que disse o querido radialista Haroldo Azi “O Governo do Estado não gosta de Alagoinhas”.

Obs: A incapacidade e negligencia dos órgãos ligados ao Governo do Estado, não retiram a responsabilidade da prefeitura de Alagoinhas no problema. Que fique registrado

Escrito por Caio Pimenta, bacharel em Direito, radialista, comentarista do Programa Primeira Mão da rádio Ouro Negro FM 100,5 FM e rádio 2 de Julho. Ele também é editor-chefe do site News Infoco