A soltura do Lula deverá tornar as eleições municipais mais ideológicas. Sem dúvidas, será quebrada a escrita de que em eleições municipais não se discutem questões nacionais. Até mesmo porque as eleições municipais têm grande peso nas eleições para o congresso dois anos depois. Lula solto irá comandar um exército de pessoas que ainda sonham de forma utópica com a implantação do socialismo no Brasil, embora o PT, enquanto partido, até aqui, se apresentou mais como um amontoado de sindicalistas, em grande parte, desonestos, usando a imagem mítica do socialismo só para chegar ao poder.

O mesmo pragmatismo ocorre na universidade, nos cursos de humanas(alunos e professores), uns lutando por mais verbas para seus projetos,  outros pelo “velho carguinho comissionado” e por verbas para as suas ONGS, os artistas, por sua vez, lutando por polpudos incentivos fiscais. Ainda tem um vasto exército de boêmios, bons Vivants, rastafáris de boutique, filósofos de bar e “lacradores” de todo o tipo no velho estilo “quem não chora não mama”. Em resumo, os defensores da cleptocracia, habitantes da lacrosfera. Tudo é por dinheiro e poder.

A eleição municipal é, na verdade, o primeiro degrau para as eleições para presidente, governador, deputado, que ocorrem apenas após dois anos. Isso fica mascarado quando não se discutem questões nacionais(ideológicas) nas eleições municipais Esse sempre foi um erro que vai cair por terra nas eleições de 2020 e será muito saudável. Quem é contra o socialismo, o bolivarianismo e o Foro de São Paulo não votará no candidato do PT e similares a prefeito e vereador. Quem é contra o “capitalismo malvado” não votará na direita(já não votam mesmo). Podemos cortar o mal pela raiz, logo.

Em Alagoinhas, Paulo Cezar responde a processo na justiça, Joaquim Neto está às voltas com uma secretária condenada na justiça, surge Fabrício Faro como alternativa, mas isso pode dividir os votos da direita e resultar na eleição da esquerda(corrupta em nível nacional) com um mínimo de votos. Mas ainda temos que lembrar do PT, que quando no poder em Alagoinhas protagonizou alguns fatos, no minimo suspeitos.

Quero relembrar aqui do processo respondido pelo então prefeito Joseíldo Ramos, hoje deputado federal. Ele recorreu, e, nesse meio tempo, o suposto crime prescreveu. Interessante é que o diretor envolvido com os contratos supostamente superfaturados de bandas, objeto da denúncia, concorreu a vereador e foi o único candidato do PT(exceto Radiovaldo) a ter bandas(várias) em seus comícios à época. Mais interessante ainda é que o fato não foi inserido no processo.

Não podemos nos esquecer das suspeitas de superfaturamento na reforma do estádio no governo Joseildo, embora nunca levado adiante pelo MP. Misteriosamente, essas denúncias cessaram e, misteriosamente também, no mesmo período, Joseíldo obteve 100% de aprovação de seus projetos na Câmara de Vereadores, formada por maioria de oposição. Ou seja, não tem ninguém santo.

Outra questão que chama a atenção é que o deputado Marcelo Freixo(PSOL) estava no palanque de Lula, após sua soltura, isso deixa margem à dúvida se o PSOL terá candidatura própria em 2020 em Alagoinhas, como dizem ou se virá como satélite, em apoio ao petismo.

Paulo Dias é jornalista, graduado pela UFBA, especializado em Pedagogia e mestre em Cultura e Literatura pela UNEB. Tem passagens por vários jornais e assessorias de comunicação em Alagoinhas e Salvador. Atualmente escreve para o site News Infoco