A energia dos tambores da Bahia ganhou forma em Mundo Afro, álbum que reúne alguns dos mais importantes blocos afro e afoxés de Salvador. O projeto foi realizado com apoio do Viva Cultura, programa da Prefeitura, por meio da Fundação Gregório de Mattos (FGM), que investe na arte e fortalece a cultura local por meio de incentivos fiscais.

O disco é uma antologia da música afro-baiana, reunindo sete entidades que marcaram a história cultural da cidade: Filhos de Gandhy, Ilê Aiyê, Olodum, Malê Debalê, Muzenza, Didá e Cortejo Afro. O trabalho conta com 21 faixas gravadas com alta qualidade técnica e artística, sob produção musical de Alê Siqueira.

Fernando Guerreiro, presidente da FGM, afirma que Mundo Afro não é apenas um disco, mas um registro vivo da história, um gesto de resistência e um ato de preservação que garante a permanência da memória cultural da capital baiana ao longo das gerações.

Para Mário Pam, mestre do Ilê Aiyê, o álbum também carrega o peso simbólico dos 50 anos da criação dos blocos afro, reforçando a importância histórica e social dessas instituições. O produtor musical Alê Siqueira explica que a proposta foi construir um panorama amplo e fiel da percussão afro-baiana, respeitando a singularidade de cada grupo e unindo tradição, pluralidade e poesia.

Rogério Alves de Oliveira, presidente do Cortejo Afro, destaca o caráter inédito do projeto e acredita que o álbum pode abrir novas oportunidades e dar mais visibilidade à música afro de Salvador. As gravações aconteceram na sede do Malê Debalê, em novembro de 2024, com a percussão registrada ao ar livre. Débora Souza, vice-presidente da Didá, reforça a força feminina representada no projeto e a importância de preservar as tradições culturais afro-brasileiras.

A produção do álbum é da Janela do Mundo, com distribuição da Altafonte, que inscreveu o projeto em quatro categorias do Grammy Latino. O resultado da seleção será divulgado em 17 de setembro, com a etapa final da premiação marcada para 13 de novembro.

O Viva Cultura, que permitiu a criação do álbum, é um programa que transforma impostos em investimento cultural, permitindo que empresas e pessoas físicas apoiem iniciativas artísticas locais com benefícios fiscais.

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