Na tarde desta sexta-feira (29), durante o ato de posse de Nelson Pelegrino como secretário de Desenvolvimento Urbano, o governador Rui Costa (PT), refutou com veemência ter qualquer relação com bilhete, “pedido manuscrito” dirigido a ele pela ex-presidente do Tribunal de Justiça da Bahia, desembargadora Maria do Socorro Santiago, presa nesta sexta-feira (29), em nova fase da operação Foroeste, batizada de de Joia da Coroa.
O documento, cujo trecho diz: “Pedir ao governador nos atender para que ele fale com o Julio Ribar, da Embrapa Vancy do Aeroporto para atender o pessoal da Addey Taxi Aereo, Yeda Muricy Guimarães”, foi encontrado pela Polícia Federal na residência da ex-presidente do TJ.
“O bilhete está na mão dela, o que significa que nunca me entregou e muito menos me abordou sobre nenhum assunto de interesse privado, até porque as pessoas conhecem o meu perfil”, defendeu-se, sem deixar de criticar o que considera a transformação de investigações em ‘espetáculo circense”. “É um absurdo essa conotação de que a pessoa por ter um bilhete em casa significa um crime, isso é um pouco demais.
Eu sou a favor de toda e qualquer investigação, mas o Brasil entrou num ponto ruim de transformar investigação em espetáculo circense”, protestou contra a insegurança jurídica e institucional no país.
Por fim, ele elencou ainda que qualquer homem público pode eventualmente encontrar o bilhete de alguém. “Qualquer um aqui pode ter em sua casa o bilhete de alguém no bolso, que alguém entregou a um prefeito, vereador […] Isso constitui crime? Eu estou aqui cheio de bilhete que as pessoas me entregaram. É crime receber bilhetes das pessoas?”, concluiu, sem esconder a indignação.