O ministro da Justiça e ex-juiz da Lava Jato de Curitiba, Sergio Moro – notório defensor da ideia de que condenados em segunda instância já devem começar a cumprir pena de prisão – disse nesta quinta-feira, 24, esperar que o Supremo Tribunal Federal (STF) “tome a melhor decisão” no julgamento que trata do tema. O ministro falou em um evento em São Paulo na mesma hora em que a ministra do STF Rosa Weber – de quem ele já foi assessor – dava o voto tido como decisivo do assunto. Em sua fala, Rosa indicou que será contra a prisão de condenados em segunda instância, seguindo a tese de que uma pessoa só pode ser presa quando terminarem todos os recursos. A ministra tem o poder de decidir a questão, já que os demais votos já foram proferidos ou já são conhecidos. Apesar de ser contrário ao modo mais demorado, Moro ressaltou em sua fala que o STF é uma instituição muito importante para o País e que a decisão que sair de lá deve ser cumprida. “A decisão tomada tem que ser respeitada”, defendeu, durante evento promovido pela revista The Economist. O ministro entrou e saiu do evento por meio de um elevador privativo e não deu entrevistas. Cinco minutos depois que Moro deixou o evento, a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge disse que a decisão do ministro de deixar de ser juiz da Lava Jato para integrar o governo de Jair Bolsonaro impacta a confiança que a sociedade tem na Justiça. “Não sei dizer se foi uma boa ideia ou não, mas tem impacto na confiança que o cidadão tem na Justiça, no nível de confiança de diferentes setores da sociedade civil na Justiça”, afirmou. Dodge participa de um painel de conversa com Oscar Vilhena, diretor da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas, e o advogado criminalista Fábio Tofic Simantob. Todos eles criticaram a decisão do ministro de virar ministro de Estado, visto que ele passou a integrar o governo do candidato que se beneficiou diretamente de condenações proferidas pelo ex-juiz.

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As manchas de óleo bruto que atingem as praias do Nordeste estão se aproximando de Abrolhos, no sul do estado da Bahia. Conforme foi veiculado pelo Estadão, apesar de ainda não ter sido atingido, o local reúne a maior diversidade de corais do Atlântico Sul.

Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICNMBio), que administra o parque de Abrolhos, informou que equipes que atuam no monitoramento realizaram um sobrevoo, nesta quarta-feira (23), para avaliar como está a região.

Segundo a publicação do Estadão, o ICMBio apontou que, se forem detectadas manchas, será acionado o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), integrado pela Marinha, Ibama e Agência Nacional do Petróleo, para o envio de barcos e ações de contenção.

Na terça-feira (22), um navio-patrulha partiu das proximidades de Recife para retomar as buscas por manchas de óleo no litoral do Nordeste. A cidade da costa mais próxima de Abrolhos é Caravelas, no litoral sul baiano. A prefeitura da cidade alegou que as manchas de óleo ainda não tocaram as praias do lugar.