O papa Leão XIV expressou preocupação neste sábado (14) com os confrontos entre Israel e Irã, iniciados na madrugada de sexta-feira (13). Durante a audiência jubilar realizada na Basílica de São Pedro, o pontífice abordou o tema pela primeira vez e fez um apelo pelo fim das ameaças nucleares.
Em sua fala, o papa declarou que a situação entre os dois países “deteriorou-se gravemente” e destacou a importância da responsabilidade e do diálogo para a construção de um mundo mais seguro. “O compromisso de construir um mundo livre de ameaças nucleares deve ser perseguido com respeito e sinceridade, para edificar uma paz duradoura baseada na justiça, na fraternidade e no bem comum”, afirmou.
Ele também condenou qualquer tipo de ameaça à existência de outras nações: “Ninguém jamais deveria ameaçar a existência do outro. É dever de todos os países apoiar a causa da paz, promovendo caminhos de reconciliação e soluções que garantam segurança e dignidade para todos”, acrescentou.
A declaração do papa acontece em meio à intensificação do conflito. A imprensa estatal do Irã informou que um ataque israelense a um conjunto residencial em Teerã, capital do país, matou mais de 60 pessoas, entre elas 20 crianças, além de oito oficiais de alta patente.
O governo iraniano responsabiliza Israel pelo início da guerra, citando bombardeios na sexta-feira que resultaram na morte de pelo menos 78 pessoas. Por outro lado, fontes israelenses relataram que os mísseis disparados pelo Irã causaram três mortes e deixaram 19 feridos em seu território.
O confronto direto começou com uma ofensiva israelense na madrugada de sexta-feira, que teve como alvo infraestrutura nuclear e autoridades iranianas. Segundo as Forças de Defesa de Israel, a operação visa impedir o desenvolvimento de armas nucleares pelo Irã. Entre as vítimas dos bombardeios estão os chefes da Guarda Revolucionária e das Forças Armadas iranianas, além de dois cientistas nucleares.